O Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN) pede ao Departamento Penitenciário (Depen) e à Secretaria de Segurança Pública (Sesp) que seja implantado um cronograma de testes de coronavírus nas unidades penais do Paraná e que haja mais transparência na divulgação dos testes realizados e dos resultados obtidos. O novo pedido aconteceu após a confirmação, nesta quarta-feira (10), de que 20 presos e um servidor da Cadeia Pública de Toledo testaram positivo para a Covid-19.
O presidente do sindicato, Ricardo de Carvalho Miranda, explicou que a população envolvida no sistema carcerário é muito alta. “São mais de 30 mil presos, além de três mil policiais penais e mais 1150 agentes de carceragem, dentre outros funcionárias. Nós temos pedido rotineiramente ao Depen e à Sesp para fazer a testagem de todas as pessoas que estão convivendo no sistema penitenciário, mas isso ainda não aconteceu e não nos é informado claramente qual será a política de testagem”, disse Miranda.
De acordo com informações de policiais penais de Cascavel e Toledo, as contaminações constatadas em presos nesta quarta-feira acontecerem por meio de testes provenientes de doações.
Interditado
Após o resultado dos testes, segundo o presidente do sindicato, o Presídio de Toledo foi interditado. Ele comentou ainda que sem teste não há como garantir que os presídios estão livres da Covid-19.
“O Depen nos informou que quem estaria fazendo a distribuição desses testes é a própria Sesp, mas esses testes não chegaram ainda nas unidades prisionais. O governo tem falado que o contágio pela Covid-19 não está acontecendo dentro das cadeias, mas não está acontecendo porque não estão sendo feitos testes”, defende Miranda.
Em nota, a Sesp esclarece que, juntamente com o Depen, adotou diversas medidas para impedir a contaminação de agentes e detentos do sistema prisional do Paraná.
Em relação aos registros ocorridos na Cadeia Pública de Toledo, a SESP e o Depen destacam que, após as confirmações, estão sendo adotadas todas as medidas cabíveis para conter a transmissão e evitar que outros presos sejam contaminados.
Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) esclarece que, juntamente com o Departamento Penitenciário (Depen), adotou diversas medidas para impedir a contaminação de agentes e detentos do sistema prisional do Paraná. Houve distribuição de máscaras a presos e servidores, e ampla divulgação sobre sintomas da infecção e formas de evitar o contágio. As visitas, inclusive, foram restringidas logo após o início da pandemia.
Também foi criado um Plano de Contingência para a população carcerária, que prevê, entre outras ações, locais de isolamento para os casos suspeitos e confirmados da Covid-19. Por questões de segurança e estratégia, não serão informadas as unidades.
Em relação aos registros ocorridos na Cadeia Pública de Toledo, a SESP e o Depen destacam que, após as confirmações, estão sendo adotadas todas as medidas cabíveis para conter a transmissão e evitar que outros presos sejam contaminados.