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Registro de íris por dinheiro: World mantém pagamentos, mesmo com ordem contrária do governo

A World, que tem registrado a íris de humanos em troca de dinheiro, segue prometendo compensação financeira para quem se cadastrar no projeto.

A decisão contraria uma ordem da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que determinou a interrupção do pagamento.

O projeto diz que seu objetivo é diferenciar humanos de robôs. Mas, para muitos moradores de São Paulo, única cidade brasileira em que o serviço opera, o atrativo é o dinheiro: cerca de R$ 600 em criptomoedas.

A ANPD, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mandou a World deixar de pagar os usuários no sábado (25). O órgão concluiu que a compensação financeira pode influenciar a decisão do titular de dar ou não consentimento para coleta de seus dados (saiba mais).

Nesta segunda-feira (27), o g1 visitou três pontos de atendimento da World em São Paulo (ao todo, são 52 em operação na cidade, sendo vários deles na periferia) e ouviu de 12 pessoas que tinham acabado de se inscrever que a iniciativa continua prometendo pagar criptomoedas pelo cadastro.

Os locais estavam com pouco movimento, mas o atendimento continua acontecendo normalmente. Uma atendente da World, que não quis se identificar, disse que não houve nenhuma orientação sobre suspensão de pagamentos.

“Com 80% das pessoas que baixaram o aplicativo World no Brasil acreditando que tecnologias como a World são cruciais para diferenciar bots de humanos online, consideramos importante recorrer da decisão para continuar oferecendo este importante serviço aos brasileiros”, afirmou a iniciativa.

Ao determinar a interrupção dos pagamentos, a ANPD afirmou que “o descumprimento das medidas preventivas ora adotadas será considerado circunstância agravante no âmbito de eventual processo administrativo sancionador”.

A autoridade afirmou nesta segunda que as sanções que podem ser aplicadas como resultado de um processo administrativo incluem advertência, multa, publicização da infração, bloqueio ou eliminação dos dados, como previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Emanuel Rocha, de 49 anos, se inscreveu na Vila Mascote, na Zona Sul, e é um dos que não foram avisados sobre qualquer restrição dos pagamentos. “Parece que a gente acaba sendo lesado. Como todo brasileiro, a gente sempre necessita [de dinheiro], o pouquinho a mais que entra já seria ótimo”.

Fábio Barros, de 24 anos, se cadastrou na Bela Vista, no Centro, e disse ter sido informado de que as criptomoedas seriam transferidas para a conta. “Eu entendi mais agora, aqui eles dão uma explicação melhor. E, para quem entende de internet, é mais fácil. Quem não entende, acaba confundindo”.

O que diz a ordem contra a World

Após iniciar uma investigação em novembro de 2024, a Coordenação-Geral de Fiscalização da ANPD determinou que a World, por intermédio da empresa Tools for Humanity, pare de dar criptomoedas para usuários e indique um encarregado pelo tratamento de dados, como prevê a LGPD.

O departamento concluiu que “a concessão de contrapartida pecuniária pela empresa, por meio de oferta de criptomoedas, pode prejudicar a obtenção do consentimento do titular de dados pessoais”.

E afirmou que o modelo adotado pela World influencia a decisão dos usuários, “especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido”.

Com informações:G1

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