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Região

Regional de Londrina teve 35 acidentes com escorpiões apenas nesse ano

A 17ª regional de Saúde de Londrina, que abrange 21 municípios, já registrou 35 acidentes com escorpiões em 2019, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SESA) do Paraná. Neste ano, até o início de março já foram registrados 456 casos em todo o estado.

Em 2018, foram registrados 3144 acidentes, sendo a maior parte no Norte, Oeste e Noroeste do Estado. Das 22 Regionais de Saúde, os maiores números de ocorrências foram registrados nas regionais de Paranavaí (518 casos) e de Maringá (762 casos, sendo 223 somente no município de Colorado). Na regional de Curitiba, houve ocorrências na capital e em Pinhais.

Espécies

Entre as espécies nativas, todas podem causar acidentes. Porém, a maior parte dos casos registrados nos últimos anos foi causada pelo escorpião amarelo, de forte veneno, que não é uma espécie nativa, mas que foi introduzida no Paraná, antes dos anos 1990. Isso ocorreu pelo transporte passivo destes animais, que se escondem em vãos de lenhas, tábuas e outros materiais, sendo levados para outros municípios, estados ou até países.

Cuidados

Para evitar que escorpiões se proliferem em residência, valem os mesmos cuidados tomados para evitar aranhas marrons e outros animais: eliminar os chamados 4 As: abrigo, acesso a este abrigo, alimento e água. “Se nós mudarmos qualquer um destes As, nós teremos um impacto importante sobre a população destes animais. Se o homem é capaz de produzir um ambiente favorável para o escorpião dentro de seu ambiente domiciliar, ele também é capaz de alterar esse ambiente, não deixando-o mais favorável. Este é um trabalho que a Secretaria de Saúde tem feito ao longo dos anos capacitando os técnicos dos municípios para que orientem a população no controle da proliferação do escorpião amarelo”, afirma Emanuel Marques da Silva, biólogo da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Sesa e coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos.

As principais medidas a serem tomadas são: organizar o quintal e mantê-lo limpo, remover entulhos e sobras de construção, fechar frestas, colocando telas nos ralos e nas janelas, usar sacos de areias nos vãos das portas e não deixar expostos resíduos orgânicos (que atraem baratas, que são alimento dos escorpiões). “O controle químico não funciona com os escorpiões. Se funcionasse, não teríamos no Brasil mais de 120 mil acidentes com escorpiões em um ano, que foram registrados em 2018. O Paraná tem uma sazonalidade maior pois temos um período frio, em que o animal diminui seu metabolismo e fica escondido. Ele sai do esconderijo quando há calor. Por isso, no verão aumentam o número de acidentes”, comenta o biólogo.

Quanto ao controle, há uma crença de que criar galinhas no quintal pode eliminar escorpiões, que são alimento destas aves. “Essa informação não é verdadeira, pois as galinhas se recolhem para dormir no entardecer, enquanto o escorpião é um animal de hábitos noturnos, que sai de seu esconderijo após escurecer. Ele até é encontrado durante o dia em caso de infestações grandes e nisso a galinha pode comer um ou outro, mas não vai controlar a quantidade enquanto o ser humano não alterar o ambiente favorável para o escorpião”, explica.

Captura

Caso seja encontrado um escorpião em uma residência, ele deve ser capturado ou abatido. Deve-se tomar muito cuidado ao capturar um escorpião vivo, pois ele pode se movimentar rapidamente durante uma fuga e se esconder. O ideal é empurrá-lo para dentro de um pote, que será fechado com tampa. Em seguida, este escorpião deve ser levado à Secretaria Estadual de Saúde para identificação. Assim será possível avaliar o risco que aquele animal representa para a saúde e tomar as providências para reduzir sua ocorrência.

Como proceder

Em caso de uma picada, deve-se procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mais próxima o mais rápido possível, principalmente em caso de crianças, para que os danos causados pelo envenenamento sejam minimizados pelo tratamento. O soro antipeçonhento é disponibilizado apenas no SUS.

A picada de um escorpião causa dor imediata, podendo irradiar para o membro e ser acompanhada de adormecimento, vermelhidão e suor. Pode surgir suor excessivo, agitação, tremores, náuseas, vômitos, salivação excessiva, dentre outros sintomas mais graves. “Como se sente a dor logo após a picada, normalmente você vai ver o animal que picou e saber que foi um escorpião. O perigo que temos com as crianças pequenas é que se elas forem picadas, vão sentir a dor, chorar e não vão saber que bicho picou, por isso é importante monitorar a presença deste animal na sua propriedade”, finaliza.

Via Bonde News

Foto ilustrativa.

 

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