Uma quadrilha foi presa em Jaguapitã depois de aplicar vários golpes de empréstimos consignados em idosos na região. Três homens iam até a casa das vítimas e se identificavam como representantes de vendas da empresa Sono Quality e ofereciam produtos como colchões ortopédicos, capas para colchões e travesseiros. A venda, na verdade, era uma artimanha usada pelos criminosos para fazer empréstimos consignados em nome das vítimas.
Segundo informações do delegado da Polícia Civil de Jaguapitã, Maurício de Oliveira Camargo, a quadrilha era liderada por André Luis Alves Pereira, 40 anos, que já possui uma condenação no estado de São Paulo pelo mesmo crime.
O delegado relata que a Polícia Civil chegou até o grupo depois de receber um alerta do banco que desconfiou das operações realizadas. Quando verificadas, as transferências de dinheiro não podiam ser rastreadas. A polícia foi até o banco e prendeu André em flagrante fazendo um saque com umas das idosas prejudicadas pelo golpe.
De acordo com as informações do delegado Maurício, o líder levou os policias até os outros integrantes da quadrilha – Josué Claudio de Oliveira, 22 anos, e Yuri Oliveira Moreira, 21 anos. Os três foram presos. A esposa de André também participa dos golpes, mas até a manhã de hoje (22) ainda não havia sido localizada pela Polícia, segundo o delegado.
O golpe
O delegado Maurício relatou à nossa equipe de reportagem que a mulher de André ia até a casa dos idosos e se apresentava primeiro. A empresa de colchões é fantasma, segundo apurado pela Polícia. Os golpistas tinham acesso a informações prévias sobre as vítimas, que eram escolhidas por serem aposentadas ou pensionistas. “Por isso eles abordavam idosos, pessoas mais simples, analfabetos e semianalfabetos, são alvos mais fáceis. Eles abordavam pessoas que recebem um benefício todos os meses”, esclarece o delegado.
Na primeira visita, os criminosos descobriam outras informações sobre a vítima e voltavam em um horário em que ela estava sozinha em casa. De acordo com o delegado Maurício, quando o idoso era convencido de adquirir o produto, os golpistas pegavam todos os seus documentos e preenchiam formulários para fazer um empréstimo consignado no nome do idoso, sem o conhecimento dele.
Quando o crédito era liberado, a quadrilha ia entregar a compra. “Depois eles levavam a vítima até o banco, sem ela saber de nada, dizendo que era hora do pagamento. A pessoa dizia que não tinha dinheiro para pagar e eles explicavam que o valor já estava disponível no banco e orientavam a vítima a fazer uma transferência para a conta deles. Os papéis que comprovam as transações foram apreendidos”, explica o delegado da Polícia Civil.
O valor dos empréstimos era de R$ 199,00 mensais, em 72 parcelas – uma dívida de 6 anos – totalizando R$ 14.328,00. A vítima de fraude pode solicitar o cancelamento em até 7 dias. Passado esse prazo, o banco começa a cobrar a dívida.
O delegado de Jaguapitã afirma que as primeiras informações apuradas indicam que a quadrilha é antiga e depois de aplicar muitos golpes em São Paulo, começou a agir no Paraná. A Polícia Civil recebeu denúncias de golpes da mesma empresa fantasma em Florestópolis, Munhoz de Melo e Cascavel. Quem foi lesado pela quadrilha deve procurar a delegacia mais próxima e registrar um Boletim de Ocorrência.
Por Daiane Valentin
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