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Professores em greve invadem Alep contra projeto de terceirização

Contrários ao projeto de lei que terceiriza a gestão administrativa de 200 colégios públicos do Paraná, professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná forçaram a entrada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (3). Por conta da invasão, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que seguranças tentam impedir a entrada dos manifestantes. Os professores entraram em greve nesta segunda-feira (3) contra o projeto do governo do Estado, que cria o programa Parceiros na Escola. Na região, cinco colégios foram incluídos na terceirização.

No início da manhã, os professores se concentraram na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, e depois caminharam até a Alep. O projeto está na pauta de votação desta segunda-feira (3). A tramitação ocorre em regime de urgência.

O clima é tenso. Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas e uma porta de vidro foi quebrada.

Logo após a primeira a sessão ordinária, o presidente Ademar Traiano anunciou a suspensão temporária por conta da invasão dos manifestantes.

GOVERNADOR

Durante entrevista coletiva no final da manhã desta segunda-feira (2), o governador Ratinho Junior (PSD) afirmou que a greve dos professores da rede estadual está com “baixíssima adesão” e que as aulas estão acontecendo normalmente. Na avaliação, dele os sindicalistas fizeram “fake news” com relação ao projeto Parceiros da Escola, que prevê a terceirização de 200 colégios estaduais.

“Primeiro, a greve é ilegal. A Justiça já decretou isso. Baíssima adesão. Salas hoje, na grande maioria, com os alunos tendo aulas normais, o que é um bom sinal, uma demonstração da maturidade dos nossos professores e diretores, que entenderam que os sindicalistas fizeram um monte de fake news sobre o projeto que está sendo votado, que já acontece na Inglaterra, Canadá, em outros países. Estamos trazendo o que é o mais moderno na educação, justamente para ajudar o diretor e todo sistema pedagógico a ter liberdade para trabalhar e não ficar cuidando de lâmpada queimada ou descarga estragada”, disse o governador.,

Segundo Ratinho Junior, um grande número de manifestantes é formada por professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que também estão em greve e não por docentes da rede estadual de ensino.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), 87% das mais de 2 mil escolas da rede estadual funcionaram normalmente na parte da manhã desta segunda-feira, sem adesão de professores à greve convocada pelo sindicato da categoria. Além disso, todas as escolas, 100% da rede, estão com alguma aula em andamento após um trabalho preventivo de uso de tecnologia e substituição de professores.

A greve por causa do programa Parceiro da Escola foi suspensa pelo Tribunal de Justiça durante o feriado de Corpus Christi e a decisão prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

A votação do projeto no plenário da Assembleia Legislativa deve acontecer nesta segunda-feira (3). O programa, segundo o Estado, tem como intuito otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante uma parceria com empresas com expertise em gestão educacional. Elas serão responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas selecionadas na rede e pela gestão de terceirizados (limpeza/segurança).

APP-SINDICATO

A APP-Sindicato, que representa os professores, tem uma posição diferente. A categoria entende que o projeto tira a autonomia dos docentes e representa a privatização da educação pública do Paraná.

Durante esta manhã, segundo a APP-Sindicato, caravanas de todas as regiões do estado, capital e região metropolitana lotaram a Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. Além dos educadores, o ato contou com a presença de estudantes, movimentos sociais, além de lideranças políticas que, por volta das 10h, saíram em marcha rumo ao Centro Cívico.

O contingente estimado em cerca de 20 mil pessoas lotou mais de cinco quadras da Avenida Marechal Deodoro, segundo a entidade. Durante o trajeto, gritaram palavras de ordem em defesa da educação pública, criticaram o projeto do governador Ratinho Jr. e pediram a suspensão da votação da matéria.

Fonte: TN Online

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