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Professora dá lição de sensibilidade ao permitir a presença de um pintinho em sala de aula para acalmar aluna

A janela de uma escola de Londrina, no norte do Paraná, revela um mundo a ser conquistado. Mas é do portão para dentro que está a figura fundamental para abrir nossos horizontes: o professor.

Não é à toa que o dia deles, esta sexta-feira (15), começou com gestos singelos de carinho, como o da menina que trouxe conchinhas para cada um. É o reconhecimento a quem dá às crianças as bases do conhecimento.

“A gente precisa aprender e entender”, disse o menino Kawan.

Passar conteúdo não é a única missão dos professores. No dia-a-dia eles se deparam com vários outros desafios, e até uma profissional com 21 anos de experiência, como a professora Adriana Oliva, ainda se surpreende com as histórias que aparecem no caminho da educação.

Foi assim meses atrás com a chegada da aluna Kemilly, que tem sete anos e entrou pela primeira vez em uma escola.

“Almoço na escola. Estávamos na hora do almoço e escutamos o choro no pátio. Falei pra ela ‘olha vamos conhecer a sala, temos uma sala muito bonita, você vai gostar’, mas ela nem ouvia, o choro era constante. Entramos na sala, e ela estava com uma bolsa cor de rosa, então falei ‘vamos ver o que a mamãe mandou de material, o estojo, vamos ver se tem caderno’. Quando abri a bolsa, tinha um moletom, um potinho de margarina e dentro dele um pintinho”, se divertiu a professora.

Foi difícil dar aula com o pintinho piando e ciscando na sala de aula, mas a professora enxergou a importância de manter o visitante ali.

“A Kemilly mora em um local onde tem uma granja e lida com isso todos os dias. Na hora, percebemos que era um jeito de trazer um pouquinho da casa dela para dentro da escola”, contou a professora.

O pintinho acompanhou a Kemily por dois dias até que a própria aluna sentiu confiança para trocar o amiguinho por um outro mais silencioso.

“Ela trouxe um pintinho de pelúcia. A gente viu que ela foi se adaptando, de uma forma que a gente nem esperava”, lembrou a professora.

“A professora acolheu, colocou o pintinho na carteira para estudar junto com ela. Esse acolhimento é o que faz a diferença”, pontuou Célia Márcia de Faria, diretora da escola municipal.

Fazer a diferença, está aí uma frase que define essa profissão. Mesmo que para isso seja necessário ser um pouco mãe, um pouco psicóloga, um pouco poetisa, como a professora Ângela, que escreveu um poema para homenagear todos os colegas.

Mais informações na programação da Rádio Cultura AM 930
Via G1 Paraná

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