O passageiro, de 65 anos, que estava com o motorista, de 73 anos, que atropelou e matou quatro crianças no distrito de São Luiz, área rural de Londrina, norte do Paraná, afirmou em depoimento que condutor estava em alta velocidade na hora da batida.
O caso foi em 14 de setembro, no distrito de São Luiz, antes das 18h. As crianças voltavam da escola e caminhavam em um trecho da PR-538 sem acostamento e sem calçadas para pedestres.
Morreram no local da batida duas irmãs, de 5 e 9 anos, e um menino de 6 anos. O irmão gêmeo do menino que morreu no hospital no dia seguinte. Relembre o caso mais abaixo.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) entendeu não haver indícios de homicídio por dolo eventual – sem intenção, mas assumindo o risco. O condutor foi preso e solto dias depois, respondendo em liberdade.
“Ele estava sentado na parte traseira da kombi e ele [carona] menciona que pediu para o condutor diminuir a velocidade porque estava com medo. Disse que o sol atrapalhou mesmo o condutor […] mencionou que estava realmente correndo porque tinha um atendimento médico agendado”, disse o delegado Antonio Silvio Cardoso.
Segundo o delegado, o homem resolveu procurar a polícia meses após o acidente porque não havia sido procurado antes.
Após o acidente, o homem saiu do local alegando que ficou com medo de ser linchado por populares. Depois, procurou atendimento médico.
“Ele disse que ficou com medo da aglomeração de pessoas e até o condutor do veículo pediu para ele deixar o local”, disse.
Depoimento não altera nas investigações
Antonio disse que as investigações não serão alteradas porque há diversas provas que estão incluídas no inquérito.
O novo depoimento trouxe a versão que realmente o condutor estava com velocidade acima da permitida para a via.
“Não altera muito porque já havia várias informações que foram coletadas que apontaram que estaria na velocidade incompatível com o local, embora o laudo não conseguiu estabelecer a velocidade que estava na hora do atropelamento”, falou.
O inquérito vai ser encerrado nos próximos dias e entregue ao MP, segundo o delegado.
Distrito de São Luis, em Londrina. Lugar onde houve o atropelamento das crianças — Foto: Vanessa Navarro/RPC
Motorista disse que sol atrapalhou
Em depoimento, o motorista alegou que teve a visão ofuscada pelo sol e não enxergou as crianças à frente.
A advogada dele, Thayssa de Paula Serra, disse que esse argumento será usado pela defesa durante o processo para demonstrar que o condutor da Kombi não teve intenção de atingir as crianças.
“Fomos ao local do acidente para fazer todas as filmagens e demonstrar as condições do lugar. O sol toma conta totalmente do campo de visão. Além disso, não há lombadas antes do acesso ao distrito”, afirmou.
Quem são as vítimas
Morreram no acidente:
- Kelly Gonçalves Maximo da Silva, 6 anos (morreu no local);
- Kemelly Gonçalves da Silva, 10 anos (morreu no local);
- Adrian Moraes Bueno, 7 anos (morreu no local);
- Vinicius Moraes Bueno, 7 anos (morreu no hospital).
De acordo com as famílias das vítimas, dois adolescentes, irmãos dos gêmeos, também foram atropelados. Eles sobreviveram. Trata-se de uma jovem de 15 anos e um jovem de 13.
O acidente
Segundo familiares, as crianças voltavam da escola e caminhavam em um trecho da PR-538 sem acostamento e sem calçadas para pedestres.
Três das quatro crianças morreram na hora. Socorristas do Siate levaram a quarta vítima ao Hospital Universitário (HU), mas ela não resistiu e morreu na unidade de saúde.
Local onde crianças foram atropeladas não tem acostamento e calçadas — Foto: Rubens de Paula/RPC
Fonte: G1
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