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No Paraná, população se vacina menos e acende a luz de alerta das autoridades

A procura pelas vacinas gratuitas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu no Paraná e em todo Brasil. Entre os motivos, estão as notícias mentirosas (fake news) espalhadas pelo movimento antivacina. Outro problema, na avaliação da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), foi a sensação de segurança para parte da população, que deixou de se vacinar porque acreditou que determinadas doenças já não existiam mais.

Foi o caso do sarampo. Há 20 anos não era registrado um caso no Paraná. E a doença voltou neste ano. Até a semana passada eram 538 casos confirmados no Estado. O sarampo é combatido com a vacina tríplice viral, que também imuniza contra caxumba e rubéola. Essa vacina alcançou cobertura de 93,1% da população do Paraná em 2014, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2015, a cobertura no Estado já havia caído para 78,9%.

E não é só o sarampo. Desde 2015, o Paraná vem registrando queda nos números de cobertura de outras vacinas, como a BCG, a Meningo, a Pneumo e a Polio.

O Governo do Estado reagiu a esses números. Uma das ações foi aprimorar o treinamento da ‘tropa’. Em novembro, a Sesa começou uma série de seminários para fortalecer o conhecimento dos profissionais da saúde, como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Na primeira etapa, de 12 a 14 de novembro, 1.200 profissionais participaram. Agora, serão feitos novos seminários em todas as regiões do Paraná.

Outra medida para enfrentamento das baixas coberturas vacinais foi o início do projeto de educação permanente em atualização dos vacinadores. Os profissionais que realizam a vacinação estão sendo capacitados, atualizados sobre as atividades inerentes do dia a dia do combate a essas doenças.

“Temos reafirmado diariamente que a vacina é um ato de amor à vida”, afirma o secretário da saúde do Paraná, Beto Preto. “Além da imunização nas campanhas, as pessoas devem estar atentas todas as doses previstas na caderneta de vacinação; são vacinas ofertadas pela rede pública e que estão à disposição da população”, destaca o secretário. A rede estadual oferece 19 diferentes vacinas, para recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos. O Paraná tem 1.800 salas de vacinação em funcionamento.

A Divisão de Vigilância do Programa de Imunização do Estado do Paraná trabalha em conjunto com as 22 Regionais de Saúde e seus municípios disponibilizando apoio e orientações técnicas para o enfrentamento das ‘fake news’ e estratégias para aumentar a cobertura vacinal.

 

 

Médico curitibano pega sarampo e faz alerta

O médico curitibano Felipe Bueno, 34 anos, passou por dias difíceis em novembro. “Fui vacinado na infância, mas não fiz o reforço neste surto. Não deu outra: peguei sarampo”, contou ele, que é clínico geral responsável pela enfermaria de clínica médica do hospital Santa Cruz e do setor de oncologia da Santa Casa. Ele também trabalha no setor de urgência e emergência desses hospitais curitibanos.

“Foram sete dias de doença. Três dias muito mal em casa e quatro dias internado por comprometimento em órgãos vitais. Tive comprometimento pulmonar, hematológico, no fígado e nos rins”, relatou. “O cansaço era intenso a ponto de mal sair da cama”, disse.

Felipe fez um alerta. “Sou da área de saúde e é preciso enfatizar a importância da vacinação neste grupo de risco, pela grande exposição. Profissionais que trabalham em ambiente com grande público ou mesmo em ambientes fechados estão mais expostos e precisam se vacinar tendo em vista o surto atual”, destacou.

“Se tiver contato com alguém que tenha suspeita, usar máscara pois o contato é pela via respiratória. E evitar compartilhar toalhas, talheres e outros itens pessoais”, ressaltou.

 

Foto: Henry Milleo

 

Secretário alerta para curva mais alta da dengue

O boletim semanal epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria da Saúde do Paraná registra 2.631 casos confirmados de dengue no Estado, 762 a mais que na semana anterior. A Secretaria da Saúde informa que o aumento de 40,77% se deve, principalmente, ao acúmulo de dados de duas semanas por problemas no sistema de informação de algumas Regionais de Saúde. Um estudo sobre a dengue nos últimos dez anos no Estado, mostrou momentos de maior e menor incidência. “Em 2018 para 2019 já começou a subir e agora, de 2019 para 2020, haverá um grande acréscimo. De agosto a setembro de 2018, foram 108 casos no Paraná. No mesmo período deste ano, já chegam a 1,8 mil casos”, destaca o secretário de Estado daa Saúde, Beto Preto.

“É preciso levar esse assunto para dentro dos clubes de mães, das organizações da sociedade civil, escolas, nas igrejas. A dengue no Paraná pode ter uma curva mais alta neste ano, por isso é preciso a colaboração de todos”.

A Secretaria da Saúde aguarda para a publicação em boletim a confirmação do segundo caso de morte por dengue no município de Nova Cantu, na região Centro-Oeste. O boletim semanal destaca que 10 municípios estão em situação de epidemia – dois a mais que no informativo anterior. São eles: Nova Cantu, Quinta do Sol, Inajá, Santa Isabel do Ivaí, Ângulo, Colorado, Floraí, Uniflor, Doutor Camargo e Florestópolis.

Por que menos pessoas estão se vacinando, na avaliação da Secretaria da Saúde do Paraná

  1. Sucesso do Programa Nacional de Imunização que traz a sensação de segurança, em decorrência de que muitas doenças imunopreveníveis estão sendo controladas, erradicadas e/ ou eliminadas
  2. Movimento antivacina em constante crescimento
  3. Cenário econômico e político que o País vem enfrentando
  4. Ausência da equidade ao acesso das Unidades Básicas de Saúde
  5. Falta e/ou alta rotatividade de profissionais atuantes na saúde pública
  6. Mudanças do sistema informação do PNI, o qual se deu ênfase no fornecimento em questões estruturais, mas esquecendo se treinamento contínuo dos profissionais que efetuam e administram o sistema de informação

Informações: Bem Paraná

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