Quase um ano depois de ter sido presa, a dona de casa Alessandra Abreu Honório Alves, 41 anos, passará por júri popular nesta quinta-feira (21), a partir das 9h, na sede provisória do Fórum Criminal na avenida Tiradentes, pela morte do marido, José Geraldo Honório Alves.
O crime ocorreu no dia 20 de fevereiro do ano passado na residência onde o casal morava, na rua Bruno Próspero Parolari, no jardim Alpes, zona norte de Londrina. Segundo a Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso, a acusada teria derramado óleo quente no rosto e pescoço do esposo.
O homem foi levado por vizinhos ao Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Universitário, mas acabou morrendo em 1º de março. De acordo com o delegado Ricardo Jorge, Alessandra não teria pedido socorro, mas sim “corrido de casa para escapar do flagrante”. O exame de necropsia em setembro pelo médico legista Antônio Carlos de Queiroz, na época diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Londrina, identificou queimaduras de segundo e terceiro graus em 15% do corpo da vítima.
A Polícia Civil apontou que a mulher cometeu o assassinato para fingir uma suposta legítima defesa de violência doméstica e também pelo desejo de José querer se separar dela. A investigação mostrou que ela, concretizando o plano criminoso, seria beneficiada diretamente pelo pensão de aproximadamente R$ 4 mil do marido, assim como se tornaria proprietária do imóvel. “A crueldade do ato é de causar espanto em qualquer um”, escreveu Jorge no encerramento do inquérito.
Os policiais também se espantaram porque Alessandra não teria comunicado a morte do esposo aos familiares dele e encomendado a cremação do cadáver. Em depoimento colhido na delegacia, um parente de José Alves contou que ela explicado que cônjuge teria falecido após acender uma churrasqueira.
Desdobramentos
Em abril, o promotor Tiago de Oliveira Gerardi denunciou Alessandra Abreu por homicídio qualificado. Para ele, “o delito foi praticado utilizando-se de surpresa, pos a vítima foi atingida quando repousava em sua casa, preparando-se para dormir, sendo impedida de esboçar qualquer gesto de defesa”. Até hoje, ela permanece presa no 3º Distrito Policial, no jardim Bandeirantes, região oeste.
A polícia apurou que o casal tinha discutido porque a mulher não iria fazer janta, mas apenas fritar um kibe. Ela teria esquentado o óleo e jogado o líquido na casa do companheiro. “Brigamos o dia todo. Ele deu um chute na minha perna. Continuamos discutindo, mas as agressões eram apenas verbais. O José pegou uma faca e disse que ‘daquela noite eu não passaria’. Não chamei a PM e nem registrei queixa. Ele estava possessivo. Tentou me esfaquear, e eu joguei a panela cheia de óleo fervente na parede, não contra ele”, contou durante interrogatório na 1ª Vara Criminal.
Fonte: Grupo Folha
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