O motorista Paulo Marques Filho, que dirigia o ônibus que capotou na BR-116 na madrugada desta segunda-feira (25), em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), afirmou à Polícia Civil que pode ter dormido ao volante no momento do acidente.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia 53 pessoas no veículo, sendo 52 passageiros.
Uma mulher de 51 anos morreu. Outras 16 pessoas ficaram feridas e foram levadas para hospitais de Curitiba. Na noite desta segunda, quatro delas continuavam internadas
Ao delegado responsável pela investigação, Gustavo Alves, o trabalhador disse que teve um mal súbito antes de perder o controle do ônibus.
“Naquela região ali eu tive um mal súbito, porque lá ‘tava’ muito quente. Quando eu vi o ônibus bateu na terra ali, eu puxei o ônibus para cá e ele subiu em cima do guard rail.”
Questionado pelo delegado se estava com sono, o motorista informou que conversava com duas passageiras na cabine antes do acidente, mas que, em determinado momento, elas pararam de falar. Na sequência ele relatou que pode ter dormido ao volante.
“Vim conversando com elas, coisa e tal. No fim pararam de conversar comigo, acho que dormi. Foi aquela fração de segundo, bobeira que aconteceu”.
A Polícia Civil disse que tem 30 dias para concluir o inquérito sobre as causas do acidente, e que aguarda o resultado da perícia no ônibus e nos discos do tacógrafo, que marcam a velocidade do veículo no momento do acidente.
“São circunstâncias que o laudo pericial vai nos demonstrar para saber realmente se essas duas passageiras estavam ali, na cabine do motorista, se usavam cinto de segurança. E outra, qual era a velocidade do ônibus? Estava em velocidade acima da permitida pela via?”, explicou o delegado Gustavo Alves.
ANTT diz que viagem era irregular
Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o ônibus viajava irregularmente e não tinha licença para o serviço.
Segundo a Agência, o veículo tinha licença cadastrada para viagens apenas no regime de fretamento, o que não era o modelo adotado quando o acidente ocorreu. Veja um trecho da nota abaixo.
“A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que o ônibus de placa BDA4B58 envolvido em um acidente na madrugada desta segunda-feira (25/9), na BR-116, em Campina Grande do Sul, é habilitado e tinha licença cadastrada para realização de viagens em regime de Fretamento. No entanto, o veículo acidentado estaria praticando viagem em regime Regular, na qual não possui autorização para realizar. Portanto, a viagem seria considerada irregular, já que a empresa não tinha licença para tal serviço”.
Trajeto
O ônibus saiu de Campinas (SP) e iria para Curitiba. O motorista informou que a viagem era feita pela plataforma Buser, que oferece passagens online mais baratas para diversas cidades do Brasil.
Em nota, a Buser lamentou o acidente e afirmou que as empresas parceiras são devidamente licenciadas pelos órgãos fiscalizadores.
“Os motoristas parceiros também precisam cumprir uma série de requisitos, já que é realizada uma análise do histórico profissional para saber se estão aptos para prestarem serviços de condução de passageiros nas rodovias brasileiras”, afirmou a Buser.
O que diz a proprietária do ônibus
O ônibus pertence à empresa Capanema Tour. Também em nota, a instituição lamentou o acidente e informou que está ofercendo suporte às vítimas e famílias.
“Do nosso lado, destacamos que as viagens que fazemos são sempre autorizadas pelos órgãos responsáveis, por isso confirmamos que o ônibus envolvido possui documentação e licenças em dia e realiza manutenção periódica dos veículos da frota.”
Com informações:G1/PR
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