Tucano estava preso desde 19 de março em um desdobramento da Operação Quadro Negro, que apura desvios de mais de R$ 20 milhões em obras de escolas públicas.
O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi solto pela terceira vez ontem (4) à noite após ter o pedido de liberdade aceito pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) durante a tarde.
Richa deixou o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, por volta das 19h. Ele estava preso preventivamente – por tempo indeterminado – desde 19 de março.
A defesa de Richa afirmou que acredita na restauração de legalidade e que vai demonstrar a inocência do ex-governador.
Ele foi preso por obstrução de justiça no âmbito da Operação Quadro Negro, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que investiga desvios de mais de R$ 20 milhões de obras de construção e reformas de escolas públicas, entre 2012 e 2015.
Dois dos três desembargadores consideraram que os fatos que levaram à prisão preventiva (por tempo indeterminado) de Richa são antigos – do período em que era governador. O relator do caso no TJ-PR foi voto vencido.
Para ficar em liberdade, o ex-governador não precisará usar tornozeleira eletrônica, mas terá cumprir medidas cautelares, conforme decisão dos desembargadores.
Beto deverá entregar o passaporte, cumprir recolhimento domiciliar (após as 18h, nos fins de semana e nos feriados), não poderá ter contato com os demais réus na Quadro Negro e também fica proibido de trabalhar para qualquer instituição pública.As defesas do empresário Jorge Atherino, apontado pelo MP-PR como operador financeiro de Beto Richa, e de Ezequias Moreira, ex-secretário especial de Cerimonial e Relações Exteriores do Paraná, pediram extensão do habeas corpus nesta quinta, mas o pedido foi negado.
O ex-governador tinha sido preso outras duas vezes. Em setembro de 2018, ele foi detido em outra operação do MP-PR, batizada Rádio Patrulha. Em janeiro deste ano, Beto acabou preso na 58ª fase da Operação Lava Jato.
Contando as três prisões, Beto Richa ficou detido por 27 dias. Foram quatro dias em 2018, sete dias em janeiro de 2019 e outros 17 dias entre março e abril deste ano.
O MP-PR informou que vai recorrer da decisão que determinou a soltura do político.
Chefe de organização criminosa
O MP-PR aponta que o ex-governador atuava como chefe de uma organização criminosa responsável pela implantação de um sistema que movimentou pagamentos de propina por meio do favorecimento de empresas privadas contratadas pelo Governo do Paraná.
Além de Beto, a esposa Fernanda Richa e outros cinco investigados se tornaram réus em processos da operação por obstrução de investigação, organização criminosa e outros crimes.
Cinco processos relacionados a Quadro Negro estão em andamento na Justiça do Paraná. O primeiro deles, em fase final, aguarda a sentença do magistrado. O MP-PR tem outros 20 inquéritos abertos sobre o caso.
Via G1
Foto: RPC/Reprodução
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