O vendedor ambulante Jaci Pereira dos Santos, de 55 anos, que sofreu agressões de um guarda municipal (GM) de Londrina durante uma fiscalização da CMTU na semana passada afirmou, em entrevista à nossa equipe de reportagem, que em momento algum tentou agredir os fiscais ou os agentes da GM. “Estávamos tentando defender nossas mercadorias, é o que a gente faz. Mas se perdemos não temos o que fazer”.
De acordo com Jaci, ele chegou ao local na hora em que a filha estava sendo abordada. Os fiscais estavam apreendendo a mercadoria e a moça tentava tirar o carrinho do local. O pai afirma que a filha ficou bastante nervosa com a situação e começou a gritar pedindo ajuda para retirar a mercadoria dali, quando o guarda municipal suspeito da agressão tomou o carrinho e a derrubou.
Na tentativa de defender a filha e a mercadoria, o pai interveio e acabou sendo empurrado, como é possível ver nos vídeos que circulam nas redes sociais. Jaci relata que fez um boletim de ocorrência. Ele conta que já foi presidente da associação de vendedores ambulantes por mais de 15 anos e é evangélico e uma pessoa pacífica, portanto jamais cometeria uma agressão física. Segundo Jaci, ele precisou de atendimento médico após o ocorrido, pois havia uma suspeita de fratura na costela. A filha também ficou machucada, com hematomas nas pernas.
GM afastado das ruas
O guarda municipal que teria cometido a agressão foi afastado das ruas. Segundo o secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, ele está exercendo funções administrativas. “A medida vem para preservar a imagem dele a da própria investigação. Não é um afastamento formal”, afirmou.
Um procedimento administrativo foi aberto para apurar se o GM cometeu abuso. Fiscais da CMTU afirmaram que a filha de Jaci teria feito ameaças com uma faca, versão que foi negada pelo ambulante. A funcionária da CMTU, que fazia a fiscalização da mercadoria irregular, registrou um boletim de ocorrência. O documento diz que ela foi agredida e que o GM agiu para protegê-la.
A conclusão definitiva sobre a responsabilidade do GM será conhecida após o final do procedimento administrativo interno, que vai reunir diversos vídeos feitos do episódio, além do depoimento de testemunhas. O prazo de término da investigação é de até 90 dias.
Veja o vídeo em que o guarda aparece empurrando o vendedor ambulante:
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