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Empresário se acorrenta na frente de agência bancária em Curitiba em protesto a não liberação de linha de crédito

O empresário Arlindo Ventura, conhecido como “Magrão”, do Bar do Torto, no bairro São Francisco, revela que chegou ao limite. Ele está acorrentado em frente à agência da Caixa Econômica Federal, do bairro Centro Cívico, em protesto a não liberação da linha de crédito prometida pelo governo federal para ajudar os micro e pequenos empresários.

Ventura conta que desde fevereiro está tratando com o banco. Com três funcionários e fechado por conta do isolamento social, o empresário diz que não tem como segurar. “Eu não demiti ninguém, mas estou no meu limite”, afirma.

Com um extrato da conta, Ventura mostra que a linha de crédito Giro de Caixa está aprovada, mas o valor de mais de R$ 55 mil não é liberado. “O gerente diz que é por conta da restrição junto ao Serasa, mas em fevereiro eu não estava com nenhuma restrição”, afirma. “Agora depois e tanto tempo, qual o empresário que não tem contas em atras “, questiona. “Em, fevereiro eu não tinha nenhuma”, ressalta.

A reportagem procurou a Caixa sobre o caso que deve encaminhar um posicionamento da instituição, por meio de nota, ainda nesta tarde.

A história de Ventura é mais uma no universo de tantas outras. Um estudo do Sebrae mostra que no Paraná, apenas um em cada cinco pequenas empresas conseguiu obter empréstimo. A 4ª edição da pesquisa Impacto da Pandemia do Coronavírus, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que 21,3% dos pequenos negócios no Paraná conseguiram obter crédito junto às instituições financeiras. Outros 31,1% ainda aguardam respostas e 47,7% tiveram o crédito negado. O percentual é maior que a média no Brasil, que é de 16% de sucesso na obtenção de crédito.

“Nos países desenvolvidos, existem políticas de crédito a juros zero porque os pequenos negócios são essenciais para o funcionamento do sistema econômico. No Brasil, o crédito continua caro e burocrático. Elas são 99% das empresas e respondem por a maior parte dos empregos. Em tempos de pandemia, a prioridade deveria ser manter as empresas vivas. Se não socorrermos as empresas que precisam de crédito, não vai haver empresa para voltar a produzir e não sairemos dessa crise tão cedo”, explica o presidente do Sebrae, Carlos Melles, ao analisar o cenário nacional.

Segundo os entrevistados paranaenses, a falta de garantias ou avalistas foi a principal razão (22,4%) apontada pelos bancos para a negativa de crédito. O CPF negativado ou com restrições também foi citado por 18,4% dos empresários para a negação dos empréstimos. Outros 12,2% afirmaram que o banco não informou o motivo. A maioria (22,9%) solicitou empréstimo entre R$ 5.001,00 e R$ 10.000,00. Outros 20,9% pediram entre R$ 10.001,00 e R$ 20.000,00 e 14,2% entre R$ 10.001,00 e R$ 30.000,00.

No Brasil, o CPF com restrições foi a principal razão (19%) para a não concessão de crédito. A negativação no CADIN/Serasa também foi citada por 11% dos entrevistados para a negação dos empréstimos, este foi o quarto item mais citado. Outros 11% dos empresários ouvidos afirmaram que a falta de garantias ou avalistas teria sido o principal obstáculo.

A pesquisa mostra ainda que, no Paraná, 48,1% dos entrevistados mudaram o funcionamento da empresa com a pandemia, 39,4% interromperam as atividades temporariamente, 8,8% não mudaram a forma de trabalho e 3,7% decidiram fechar a empresa de vez. Devido as medidas de restrição de circulação de pessoas, quase 40% dos empresários afirmaram que conseguem manter o funcionamento devido a utilização de ferramentas digitais, como sites, telefone e aplicativos. Outros 37,6% não conseguem funcionar porque dependem do atendimento presencial.

Entre os que fecharam seus negócios, 29% pretendem abrir outra empresa, 20% vão procurar outro emprego, 16,8% vão criar um negócio informal, 11% querem ser autônomos e 4,5% pretendem se aposentar.

Conforme o levantamento, a pandemia afetou o faturamento de 86,9% dos entrevistados, com uma redução média de 61%. Apenas 3,8% afirmaram ter aumentado o faturamento, sendo que, deste total, 38,9% passaram a vender online.

Questionados sobre a necessidade de demitir funcionários com carteira assinada, nos últimos 30 dias, por conta da Covid-19, 46,9% responderam não ter funcionários, 40,5% não precisaram desligar colaboradores e 12,6% tiveram que dispensar.

Vendas online

A maioria dos empresários (46%) já realizava vendas online antes da pandemia. 18% afirmaram não vender por este tipo de canal, mas que têm interesse. Os meios mais utilizados para a comercialização de produtos e serviços apontados pelos empresários são o Whatsapp (84,6%), seguido pelo Facebook (56,2%) e Instagram (40%).

O mais recente levantamento feito pelo Sebrae em parceria com a FGV, ouviu no Paraná 527 donos de pequenos negócios, entre os dias 29 de maio e 2 de junho. Metade dos entrevistados são do setor de serviços, 44% do comércio e 4% da indústria. Em todo o país foram 7.703 donos de pequenos negócios que responderam a pesquisa, de todos os 26 Estados e do Distrito Federal.

Fonte:Bem Paraná

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