O Portal do Norte do Paraná
Brasil

Em derrota ao governo, Congresso derruba vetos à desoneração, ao arcabouço e ao marco temporal

O Congresso Nacional derrubou, em sessão conjunta nesta quinta-feira (14), uma série de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a propostas aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

Após intensa negociação, o Palácio do Planalto precisou abrir mão de alguns vetos em troca de apoio à reforma tributária e à medida provisória da subvenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os dois textos devem ser analisados pelos parlamentares até semana que vem.

Um dos vetos derrubados diz respeito à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que empregam quase 9 milhões de pessoas.

No Senado, a derrubada recebeu 60 votos favoráveis e 13 contrários. Na Câmara, o placar foi de 378 a 78 pela rejeição do veto.

Com a derrota do governo, a desoneração da folha será prorrogada até 2027. O atual modelo de desoneração perde a validade em dezembro deste ano. O texto segue agora para promulgação.

Ao analisar a medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o texto de forma integral, sob o argumento que a medida era inconstitucional.

A desoneração da folha permite às empresas substituírem a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%.

Entre os setores que podem aderir a esse modelo estão as indústrias têxtil, de calçados, máquinas e equipamentos e proteína animal, construção civil, comunicação e transporte rodoviário.

Arcabouço

Outro veto analisado pelos parlamentares também faz parte da agenda econômica do governo: um dispositivo do arcabouço fiscal que impedia o Executivo de retirar despesas do cálculo para atingir a meta fiscal.

Na prática, o Executivo poderia usar essa brecha para retirar o PAC dos limites fiscais, o que facilitaria o cumprimento da meta, blindaria obras do governo e reduziria a necessidade do Planalto de negociar com o Congresso Nacional.

No Senado, o veto foi rejeitado por 63 votos a 1. Já na Câmara, o placar foi de 410 a 38. O texto também vai à promulgação.

Apesar desse trecho ter sido derrubado, a Câmara manteve um veto de Lula que limitava o contingenciamento de investimentos do governo federal.

A Câmara registrou 360 votos a 72 pela manutenção da medida. Com o aval dos deputados, os senadores não precisaram analisar o veto.

Marco temporal

Outra derrota ao governo ocorreu durante a votação do veto de Lula ao trecho que estabelecia a data da promulgação da Constituição como marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

Entre os deputados, o placar foi de 321 votos a 137 pela rejeição do veto. No Senado, foi de 53 votos a 19.

Com a derrubada, passa a valer a tese que de os povos indígenas só terão direito à demarcação de terras que já eram ocupadas por eles em 5 de outubro de 1988.

Apesar disso, o Congresso manteve os seguintes vetos do governo:

  • Autorização de garimpos e plantação de transgênicos em terras indígenas;
  • Permissão da celebração de contratos entre indígenas e não-indígenas voltados à exploração de atividades econômicas nos territórios tradicionais;
  • Previsão para que a regra de marco temporal possa ser revista em caso de conflitos de posse pelas terras.

Carf

Em relação ao projeto de lei que favorece o governo federal ao restabelecer o voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), os parlamentares também derrubaram o veto para retomar mudança proposta na lei sobre cobrança judicial da dívida ativa.

Na prática, será incorporado à lei dispositivo que condiciona a execução de fiança bancária ou seguro garantia ao trânsito em julgado de decisão de mérito em desfavor do contribuinte, vedando sua liquidação antecipada.

Outro ponto com veto derrubado prevê o cancelamento de qualquer valor de multa que tenha ultrapassado 100% do montante do crédito tributário apurado, inscrito ou não em dívida ativa da União, mesmo que esteja em programas de parcelamento de dívidas.

Se o contribuinte já pagou, poderá receber a devolução por meio de precatório judicial.

Com informações:CNN

MAIS INFORMAÇÕES NA RÁDIO COBRA FM 107.1

Postagens relacionadas

Enem 2022: pedidos de isenção da inscrição começam nesta segunda-feira (4)

Auxílio Brasil: 2ª parcela começa a ser paga nesta sexta; veja quem recebe

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 2

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais