O homem suspeito de torturar os filhos, de 4 anos e 10 meses, negou que agredia as crianças ou que deixava o menino mais velho amarrado pelo tornozelo com um cadarço ao prestar depoimento à Polícia Civil. O suspeito está preso preventivamente em Arapongas, no norte do Paraná.
“Não bato no meu filho, não sei porque os cadarços estavam amarrados”, disse o vendedor autônomo.
Ele e a esposa foram presos por maus-tratos na sexta-feira (5), e as duas crianças resgatadas pelo Conselho Tutelar.
Conforme a Polícia Civil, a criança mais velha era amarrada com um cadarço de sapato pelos tornozelos e se alimentava no chão. O menino estava com vários hematomas e cicatrizes no corpo, segundo o Conselho Tutelar.
Além disso, segundo a polícia, a casa onde a família estava apresentava condições insalubres. As crianças ficavam no chão em meio a bitucas de cigarros, móveis espalhados por todos os cantos.
A mulher, que está grávida de 33 semanas, foi solta nesta segunda-feira (8). Ela responderá ao processo em liberdade e não poderá se aproximar dos filhos.
Em depoimento à polícia, o pai das crianças contou que, enquanto a mulher trabalha em uma padaria ao longo do dia, é ele quem cuida dos filhos.
“Na semana passada a casa estava limpa. Vocês encontraram daquele jeito porque a gente vai se mudar, estávamos desmontando os móveis”, afirmou.
No depoimento, o homem contou que foi denunciado pela escola por ter agredido o menino, mas alegou que não maltrata a criança e que tudo não passa de um mal entendido com a mãe da esposa porque ela quer a separação do casal.
“A hora que o conselho chegou em casa em estava deitado e o moleque solto. Como o portão estava trancado com cadeado fui atrás das chaves para abrir. O menino foi até aonde os conselheiros estavam enquanto eu procurava”, alegou.
“Não bato no meu filho, coloco ele de castigo, sentado em um colchão e digo para ele não levantar. Não sei porque os cadarços estavam lá e como ele tem aquelas marcas no tornozelo. Os hematomas nas costas devem ter sido provocados por que ele mesmo se bate nos armários”, concluiu o pai das crianças.
O que diz a defesa
O advogado do casal não negou que as crianças foram agredidas ou vítimas de maus tratos, no entanto lamentou que o Conselho Tutelar não tenha agido anteriormente para evitar esta situação.
“A situação da família era conhecida pelo Conselho Tutelar e nada foi feito anteriormente. É uma família desestruturada e que precisava da intervenção do estado preventivamente. O Conselho Tutelar agiu como “polícia” em vez de atender a família antes que os fatos acontecessem”, afirmou Evandro Luiz da Silva Bueno de Oliveira.
O advogado complementou que a mulher foi liberada porque corria risco de dar à luz na cadeia, que está superlotada.
O advogado Evandro de Oliveira completou que vai pedir a liberdade do cliente nos próximos dias.
Essas e outras informações na programação da Rádio Cultura AM 930
(Via G1 Paraná)