O Paraná foi um dos estados que mais ganhou com o pagamento do auxílio emergencial, implementado pelo governo federal em 2020. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais de um quarto dos paranaenses recebeu algum valor ao longo do último ano, sendo que o estado foi a oitava unidade da federação que mais recebeu auxílio emergencial.
O benefício, que começou a ser pago em abril, disponibilizou R$ 600 e R$ 1.200 até agosto, a depender da condição do beneficiário. A partir de setembro, porém, os valores pagos aos cidadãos foram reduzidos pela metade, bem como foram incluídas regras que diminuíram o número de beneficiários.
Ainda assim, no ano passado 3,29 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial no Paraná, conforme o Dieese, ou 28,57% da população do estado. Além disso, o valor total transferido para os beneficiários foi de R$ 13,716 milhões, o equivalente a 2,87% do PIB paranaense e a 8,12% da massa salarial estadual anual (empregos formais e informais) em 2020.
Em termos de valores, o Paraná recebeu 4,66% do montante total pago aos cidadãos através do auxílio emergencial. Foi o oitavo estado que mais recebeu dinheiro, atrás de São Paulo (18,78%), Minas Gerais (9,18%), Bahia (8,62%), Rio de Janeiro (8,49%), Pernambuco (5,51%), Ceará (5,16%), e Pará (5,00%).
O grande problema, analisa ainda o Dieese, é que neste ano menos pessoas terão acesso ao auxílio, e mesmo aquelas que receberão terão direito a um valor reduzido, que será distribuído em quatro parcelas (os valores podem ser de R$ 150, R$ 250 e R$ 275), com valor médio de R$ 250, o que não é suficiente nem para comprar meia Cesta Básica em Curitiba, que em março teve um custo de R$ 577,17. Além disso, houve demora na retomada do pagamento do benefício, o que significa que as pessoas mais pobres, carentes e mais necessitadas ficaram três meses sem qualquer ajuda por parte do governo federal, e isso no pior momento da pandemia do novo coronavírus, com avanço expressivo no número de casos e de mortes e aumento no custo de vida.
Com informações:Bem Paraná/Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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