A menina Eduarda Shigematsu completaria 12 anos de idade nesta sexta-feira (28), se estivesse viva. Há exatamente dois meses, no dia 28 de abril, Eduarda foi encontrada morta no quintal da residência de seu pai, Ricardo Seidi, acusado de homicídio.
Ontem (27), o juiz Alberto José Ludovico, de Rolândia, determinou a prisão preventiva de Ricardo, que estava na cadeia desde o dia em que o cadáver da menina foi desenterrado. De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina, Eduarda sofreu espancamento e morreu estrangulada.
A criança morava com a avó paterna, Terezinha de Jesus Guinaia, que cumpria prisão temporária desde o dia 30 de abril e teve a soltura determinada por doutor Ludovico. Segundo a defesa, a justiça entendeu que a mulher não tem envolvimento com o homicídio. Ela deixou a prisão no final da tarde de ontem.
Na mesma decisão, a justiça determinou que Terezinha deve cumprir algumas medidas cautelares como não mudar de domicílio sem comunicar a justiça, não manter contato com nenhuma testemunha do caso e apresentar-se uma vez por mês à justiça para informar e justificar suas atividades. Segundo a defesa, ela está à disposição da justiça e deve se apresentar sempre que for intimada para algum auto do processo.
A avó estava presa para não atrapalhar as investigações – ela havia registrado um boletim de ocorrência relatando que Eduarda estava desaparecida quando, na verdade, já sabia que ela estava morta, de acordo com o depoimento do filho Ricardo à polícia. O pai assumiu a ocultação de cadáver, mas negou ter matado a filha.
Na última segunda-feira (24), a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de Eduarda. Na terça-feira (25), o Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia contra Ricardo e Terezinha por homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, já que eles tentaram dificultar a investigação.
Segundo a denúncia do MP-PR, ficou claro nas investigações que Ricardo cometeu o homicídio e o crime tem vários agravantes – utilização de meio cruel, já que a menina foi asfixiada; Eduarda não teve chance de defesa; e feminicídio, pois o crime tem relação com o fato de a vítima ser mulher. Ele responderá por feminicídio qualificado, além da ocultação de cadáver.
Quando Eduarda nasceu sua mãe, Jéssica Pires, tinha 16 anos. A menina tinha 4 anos quando a mãe perdeu a guarda para a avó paterna, Terezinha. O advogado de Jéssica se pronunciou ontem sobre a soltura de Terezinha, relatando que discorda da decisão judicial.
Outras notícias na programação da Rádio Cultura AM 930