A estação mais quente do ano – que inicia à 0h27 do dia 22 de dezembro e termina à 0h26 de 20 de março de 2024 – terá um El Niño ativo e com forte intensidade na bacia do Oceano Pacífico Equatorial, o que deve trazer condições propícias a chuvas volumosas e persistentes, ventanias e ondas de calor. O prognóstico é do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
O verão normalmente apresenta os maiores volumes acumulados de chuva entre as demais estações no Paraná. Também se caracteriza por dias mais longos e aquecidos, além de períodos eventuais de muito calor. A temperatura do ar torna-se mais elevada em relação aos valores médios anuais. Os maiores valores das temperaturas mínimas e máximas tradicionalmente ocorrem nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral nesta época.
Quanto ao regime de chuvas, a tendência é de aproximação progressiva das médias climatológicas no Norte e Noroeste. Nas demais regiões, deve oscilar entre o padrão de normalidade para a estação e ligeiramente acima das médias climatológicas.
Normalmente, a instabilidade é potencializada por uma atmosfera mais aquecida, com taxas de umidade e calor mais elevadas. Por conta disso, ocorrem vários dias consecutivos com chuvas, especialmente à tarde e/ou à noite. Em alguns casos, os eventos podem ser fortes e volumosos. Outra característica é a curta duração, podendo ocasionar muitos raios, rajadas de ventos fortes, granizo e danos à sociedade.
Nessa época do ano, os sistemas frontais (frentes frias) são menos frequentes, principalmente aqueles cujo eixo mais instável avança posicionado pela área continental ou sobre a região do Estado. É comum as frentes projetarem seu eixo mais instável em direção ao interior do Oceano Atlântico, na altura do sul do país, reforçando e organizando, em alguns casos, a instabilidade atmosférica no Paraná.
“O aumento da temperatura da superfície do mar no Pacífico Central e Centro-Leste acima de 1,5 ºC gera condições propícias a chuvas volumosas e persistentes, ventanias e ondas de calor neste verão”, explica o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib. “Assim como observado na primavera, é provável que na próxima estação ocorram ondas de calor. Quando intenso e persistente, o calor poderá provocar desconforto térmico”.
PREVISÃO DIÁRIA – O monitoramento sistemático das condições meteorológicas e a emissão de avisos de curto prazo são essenciais para as ações de prevenção e mitigação dos efeitos do verão na sociedade. Nas redes sociais do Simepar, está disponível a previsão do tempo diária no podcast Simepar Informa.
Em www.simepar.br pode ser acessada a previsão para até 15 dias por município, com indicadores das condições do tempo, temperaturas do ar mínimas e máximas, probabilidade e volume de chuvas, intensidade e direção dos ventos, sensação térmica, umidade relativa, visibilidade e pressão reduzida, além dos dados sobre o nascer e o pôr do sol e da lua.
“Os períodos chuvosos aumentam os riscos de desastres naturais como inundações, enxurradas e eventual escorregamento de massa”, complementa o meteorologista do Simepar. “A ocorrência de pancadas de chuva intensas, porém rápidas e localizadas, com incidência de muitas descargas atmosféricas, rajadas de vento e queda de granizo, faz parte da climatologia do verão no Paraná”.
Os avisos sobre a iminência de eventos severos são emitidos pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e são enviados a interessados por celular. O cadastramento pode ser feito em www.defesacivil.pr.gov.br, na aba Cidadão.
AGROMETEOROLOGIA – Segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), a agricultura extensiva – como as culturas da soja e do milho – será beneficiada pelo clima neste verão, com bom desenvolvimento das plantas e alta produtividade. Será o caso das culturas perenes como café, cana-de-açúcar e frutíferas, entre outras.
As condições meteorológicas também devem favorecer o manejo do gado em pastagens. Rios, represas, riachos e açudes devem manter um bom volume de água, suprindo as necessidades de irrigação em pivôs centrais.
Há, no entanto, alguns alertas. A agrometeorologia recomenda cuidado intensivo no cultivo das hortaliças. A combinação de temperaturas excessivamente altas, chuvas volumosas, umidade do ar elevada e baixa luminosidade também poderá facilitar a incidência de doenças como a ferrugem e a antracnose da soja, bem como dificultar a aplicação de defensivos agrícolas, comprometendo o rendimento dessas lavouras.
O IDR-Paraná também aponta que o atraso na implantação das safras de soja e milho no Sul do Estado devido às chuvas excessivas da primavera pode retardar a semeadura do milho safrinha em 2024.
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