Subiu para 12 o número de mortos na passagem do ciclone bomba pelo sul do país. O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou as áreas mais afetadas em Santa Catarina.
O presidente desembarcou do avião usando máscara e foi recebido pela vice-governadora Daniela Reinehr. Depois, de helicóptero, sobrevoou, por 40 minutos, as cidades da Grande Florianópolis mais castigadas pelo ciclone.
Antes de voltar para Brasília, Bolsonaro teve uma reunião virtual com o governador Carlos Moisés, do PSL, que está em isolamento depois de testar positivo para a Covid-19. O presidente pediu levantamentos mais detalhados para liberação de recursos.
Na cidade de Governador Celso Ramos, 80% das construções sofreram algum tipo de dano. O ginásio de esportes veio abaixo. E são cerca de 3 mil imóveis para recuperar.
O segundo andar da casa de Francisco Petry, mestre de obras, sumiu. “Tem vizinho que diz que tem pedaço da minha casa lá. Estamos aí organizando, vendo o que dá para aproveitar de material. Vamos fazer outra, se Deus quiser”, relata.
“Eu vivi 70 anos e nunca vi uma coisa dessas. A gente não tem mais nem coragem de entrar lá dentro de casa, é só caco de vidro, tudo quebrado, tudo destruído”, diz Maria Sagaz Cunha, comerciante.
Neste sábado (4) foi encontrado o corpo de uma das duas pessoas que ainda estavam desaparecidas. Agora já são dez mortes causadas pela tempestade. De acordo com a Defesa Civil, o ciclone bomba já pode ser considerado o pior desastre com ventos da história do estado, superando até os estragos causados pelo furacão Catarina, em 2004.
Cento e oitenta e quatro municípios foram atingidos, 62% das cidades catarinenses. O estado decretou calamidade pública.
Imagens impressionantes continuam a surgir quatro dias depois da passagem do ciclone, como em uma igreja em Garuva, no norte do estado.
“Se fosse uma hora e meia mais tarde, teríamos um encontro de mulheres, do círculo de oração, onde sempre tem de 50 pessoas para mais”, conta Gelmar de Moura, pastor.
As famílias atingidas agora correm contra e tempo e contam com a solidariedade para voltar para casa. Afinal, não dá para ficar sem um teto no inverno rigoroso do Sul do Brasil.
“Eu vim pegar uma lona para tampar, para ver se consegue salvar o pouquinho que restou dentro de casa. Eu não tenho condições de arrumar nada. A prefeitura vai ajudar, se eles não me ajudassem, eu não conseguiria”, desabafa Renata Chaves, cobradora de ônibus.
Fonte:G1
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