O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (6) a apoiadores, ao retornar à residência oficial do Palácio da Alvorada, que fez uma radiografia do pulmão e um exame para detecção da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
De acordo com a colunista Cristiana Lôbo, da GloboNews, Bolsonaro fez os exames no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e cancelou os compromissos da manhã desta terça-feira (7), a fim de esperar o resultado do teste de coronavírus, previsto para as 12h. Para o período da tarde, às 15h, a agenda oficial prevê uma audiência com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Em vídeo registrado por um apoiador, o presidente afirmou que “está tudo bem”.
“Eu estou evitando [aproximação com pessoas] que vim do hospital agora. Fiz uma chapa do pulmão. Está limpo o pulmão, tá certo? Vou fazer o exame do covid agora há pouco, mas está tudo bem”, afirmou Bolsonaro, que usava máscara ao conversar com os apoiadores.
“Não dá para chegar muito perto, não. Recomendação para todo mundo”, afirmou Bolsonaro ao sair do carro oficial.
Um apoiador perguntou a Bolsonaro se poderia tirar a máscara para fazer uma foto com ele. Em um primeiro momento, o presidente diz que o apoiador pode tirar a proteção. Mas depois emenda: “Quer dizer… Não mandei você tirar. Você tirou porque você quis”, o que provoca risos dos demais.
Outros testes
Bolsonaro já fez outros três testes para detecção do coronavírus. Em maio, devido a uma ação movida pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o governo entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) laudos dos três exames, todos com resultado negativo.
Os exames foram entregues ao STF porque o presidente anunciou várias vezes que os resultados eram negativos, mas se recusava a mostrar os laudos.
O material de um dos três testes foi coletado dias após Jair Bolsonaro retornar de uma viagem oficial aos Estados Unidos, em março. Ao longo daquele mês, pelo menos 23 pessoas da comitiva oficial apresentaram sintomas e fizeram exames que resultaram positivo para coronavírus. O primeiro diagnóstico foi do secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que já voltou ao Brasil isolado no avião e fez o teste após o desembarque.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro descumpriu várias recomendações da Organização Mundial da Saúde e de especialistas para evitar contaminação pelo coronavírus, como evitar aglomerações, usar máscaras e manter distanciamento social.
O presidente participou de manifestações, provocou e foi a locais com aglomeração de pessoas e tocou em apoiadores. Além disso, em várias oportunidades, Bolsonaro não utilizou máscara, equipamento de proteção essencial no combate à disseminação do coronavírus.
Ausência em cerimônia
Bolsonaro não participou na tarde desta segunda-feira de cerimônia no Palácio do Planalto comemorativa aos cinco anos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
No evento, a ministra Damares Alves assinou um protocolo de intenções de cooperação técnica para o desenvolvimento de sistema unificado que será base para o cadastro inclusão, criado pela lei de 2015.
Participaram do evento, além da ministra dos Direitos Humanos, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, os ministros Braga Netto (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Eduardo Pazuello (interino da Saúde), Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Antônio Paulo Vogel (substituto do Ministério da Educação).
No último sábado (4), o presidente, ministros e um dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), participaram de almoço promovido pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil em comemoração à independência norte-americana.
Na ocasião, os participantes posaram para fotos sem máscaras. Em uma das imagens, Bolsonaro aparece abraçado ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Também no sábado, o presidente foi a Santa Catarina, onde sobrevoou áreas atingidas por um ciclone na semana passada.
Lá, de acordo com fotos divulgadas pelo Palácio do Planalto, o presidente, usando máscara, apertou a mão de uma mulher, caminhou ao lado de políticos e fez foto ao lado de funcionários do aeroporto.
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(Via G1)