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Boechat morreu em decorrência de politraumatismo, indica laudo do IML

Exames não encontraram fuligem nos pulmões e baixo nível de monóxido de carbono no sangue do jornalista.

 

O Laudo do Instituto Médico Legal indica que o jornalista Ricardo Boechat morreu em decorrência de politraumatismo causado pela queda do helicóptero e colisão com um caminhão na alça de acesso do Rodoanel com a Rodovia Anhanguera no início da tarde de segunda-feira (11). O piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente. O motorista do caminhão teve ferimentos leves.

De acordo com os exames, não foram encontrados sinais de fuligem na traqueia nem nos pulmões de Boechat. Além disso, a dosagem de monóxido de carbono detectou uma concentração abaixo de 10% de carboxihemoglobina no sangue, o que, segundo o IML, indica que a vítima já havia morrido antes de ser exposta ao gás. Foram observados sinais de traumatismo torácico e abdominal, caracterizando politraumatismo.

Uma câmera de segurança da CCR Rodoanel, concessionária responsável pelo rodoanel, registrou o acidente. O helicóptero passa entre dois viadutos do Rodoanel Mário Covas que ficam sobre a Anhanguera. O caminhão atingido pela aeronave também aparece nas imagens, na alça de acesso à rodovia – a colisão, no entanto, não foi registrada. Em seguida, uma fumaça preta surge no canto esquerdo do quadro.

Quando a imagem é aproximada, o detalhe do vídeo mostra uma possível fumaça saindo da aeronave antes de atingir o caminhão.

O vídeo mostra o helicóptero surgindo em meio às nuvens, como um ponto esquerdo. À esquerda do vídeo, de repente, faz uma curva e começa a perder altitude. Parece sair um pouco de fumaça do helicóptero e a descida é rápida. Enquanto isso, carros e caminhões seguem normalmente pela estrada. O helicóptero vai em direção aos viadutos do Rodoanel, que passam sobre a Rodovia Anhanguera, até que desaparece atrás do viaduto e reaparece bem perto do chão, antes de atingir o caminhão.

Segundos depois, uma fumaça branca surge no canto esquerdo do vídeo e vai aumentando, até ficar densa e preta. Na imagem aproximada dá para ver muitas pessoas à beira da rodovia. Elas pararam para ver o que tinha acontecido e tentar ajudar as vítimas.

Segundo o delegado Luiz Hellmeister, titular do 46º Distrito Policial (DP), em Perus, as imagens e os depoimentos demonstram que a colisão que matou o jornalista e o piloto foi uma “fatalidade”. “O helicóptero teve alguma pane e [o piloto] tentou o pouso de emergência”, disse.

“A imagem mostra o helicóptero taxiando, perdendo altitude, balançando e descendo entre os viadutos. A cena não mostra, mas os esquis da aeronave pegam na parte superior do caminhão e ocorre a colisão, que depois fez o aparelho pegar fogo e matar o jornalista e o piloto. Foi uma fatalidade”, afirmou o delegado. O caso foi registrado como desastre aéreo e morte acidental.

Filho de piloto depõe

O filho do piloto Ronaldo Quattrucci prestou depoimento na tarde da última sexta-feira (15) ao delegado Luiz Hellmeister, titular do 46º Distrito Policial (DP), em Perus.

Rodrigo Quattrucci, de 23 anos, chegou por volta de 15h acompanhado de duas advogadas e prestou depoimento por cerca de duas horas.

O delegado queria entender o motivo da empresa RQ Serviços Aéreos Especializados Ltda trabalhar sem autorização para fazer táxi aéreo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu cautelarmente a empresa na quarta-feira (13), proibindo-a de operar.

Segundo a agência, havia “indícios de prática irregular de táxi-aéreo” por parte da empresa, que não tinha autorização para esse tipo de transporte.

De acordo com a Anac, a empresa possuía autorização para prestar serviços especializados, como aerofotografia e aerocinematografia, mas não possuía autorização para fazer taxi-aéreo, com o transporte remunerado de passageiros.

Segundo o delegado, o filho do piloto era sócio minoritário e não sabe como funcionava os serviços. O delegado diz que foi uma fatalidade e que o piloto fez um pouso de emergência correta e que se não fosse a colisão do helicóptero com o caminhão o piloto e Boechat poderiam estar vivos.

Via G1 São Paulo

Foto: Divulgação/Band

 

Infográfico: Juliane Santos/Editoria de Arte/G1

 

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