Conversas entre os pais de Eduarda Shigematsu, que morreu após ser esganada em Rolândia, no norte do Paraná, revelam como foram os dias após o desaparecimento da menina. Os arquivos foram entregues à Polícia Civil pela mãe da menina, Jéssica Pires.
O corpo da menina foi encontrado no dia 28 de abril, nos fundos de uma casa de aluguel da família, depois de uma denúncia anônima. A menina desapareceu no dia 24 de abril. O pai dela, Ricardo Seidi, foi preso por ocultação de cadáver, ele confessou à polícia ter enterrado o corpo da garota. Ele contou que teve essa atitude depois de encontrar a menina enforcada.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) revelou que a menina foi esganada. A polícia então pediu a prisão temporária, por 30 dias, de Seidi por homicídio qualificado. A avó de Eduarda também foi presa por envolvimento no crime.
Em um dos áudios, que Ricardo mandou para Jéssica Pires, um dia depois da menina desaparecer, Seidi diz que já tinha procurado a polícia e formalizado o desaparecimento. Diz que nenhuma câmera de segurança registrou a entrada ou saída da menina de casa.
- Ricardo Seidi: Então Jéssica, fui lá no Batalhão agora e já formalizei o boletim de ocorrência. Infelizmente, até agora, não tem notícia. Tem que aguardar. Já falei com a vizinhança aqui. Um vizinho da frente tem até câmera, mas não funciona. A câmera do outro vizinho não pega a frente da minha casa. As câmera da minha casa aqui, acabaram de ser instaladas então, não tem nada de novidade.
Em outro áudio, o pai de Eduarda diz para Jéssica Pires que a polícia estava desconfiada que a filha tivesse ido embora com a mãe.
- Ricardo Seidi: Então, eles estão desconfiado que você levou ela embora. Eles perguntaram várias vezes se não estaria com você. A última notícia é que viram ela no San Fernando vamos ver. A polícia está em cima.
Além dos áudios, Jéssica Pires e Ricardo Seidi conversaram por mensagens. Em um dos trechos, a mãe de Eduarda diz que como não há imagens na menina entrando ou saindo de casa, o principal suspeito do desaparecimento é o próprio Ricardo.
Em outro momento, os dois conversam, também por mensagens, suspeitando que a menina pulou o muro e fugiu. No entanto, Jéssica estranha que a menina poderia ter saído normalmente pelo portão.
O pai ainda enviou várias mensagens para Jéssica dizendo que estava procurando a menina e fazendo o que podia.
A Polícia Civil informou que recebeu os áudios e as conversas no fim da manhã desta quarta-feira (8). Enquanto não analisar os arquivos, o delegado disse que não tem o que acrescentar.
Por meio de nota, Jéssica Pires disse que possuía vínculo afetivo com a filha, visitava Eduarda uma vez por mês e conversava com ela todos os dias por telefone.
Explicou que a guarda foi concedida a avó em um processo judicial que começou em 2011. Jéssica diz que na época passava por dificuldades financeiras e emocionais. Disse que jamais maltratou a filha.
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(Com informações do G1 Paraná)