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Aprosoja quer trabalhar com os governos para construção de políticas para o Agro

Presidente da entidade defende manter a vigência da lei Kandir e menos taxação no setor.

 

Aproveitar o momento em que os novos governos estaduais e federais estão se iniciando para discutir infraestrutura e logística para o agro é muito importante, explica o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja – Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira. “Estamos construindo um novo modelo de política em nível nacional e nos estados. A nossa intenção é trabalhar, desde o início, junto com os governos para construirmos políticas que são importantíssimas para o setor”, afirma.

Braz Pereira é uma das lideranças do Agronegócio que estará participando do Fórum do Agronegócio 2019, que acontece dia 8 de abril, durante a ExpoLondrina. A 3ª edição do evento tem como tema “Potencializar o Agro: da infraestrutura à agregação de valor. Soluções”. O evento é uma realização da Sociedade Rural do Paraná (SRP).  O presidente da Aprosoja participará do painel “Agro: Mercado Interno e Externo e Suas Perspectivas para Agregação de Valor”, cujo moderador será o jornalista e economista Ricardo Amorim.

Segundo Braz Pereira, o setor tem a expertise, o conhecimento e a inteligência para ajudar os governos a criarem as políticas para o maior desenvolvimento econômico. “O produtor rural, na base, conhece muito bem os problemas da porteira para dentro e da porteira para fora. Esse evento vem discutir políticas necessárias, principalmente sobre a agregação de valor aos produtos, o processamento para geração de emprego, mas sem tirar a competitividade nos preços que são formados na Bolsa Internacional”, aponta. Para ele, esse é um momento interessante para semear essas discussões que vão enriquecer e trazer melhorias ao agro. “Vivemos um tempo de construção de um estado diferente, um município diferente e também de um Brasil diferente”, afirma.

Renovar o Convênio 100, manter a vigência da Lei Kandir e evitar a taxação dos estados sobre o agronegócio são prioridades para a Aprosoja Brasil neste ano, afirma.  “Temos levantado essa bandeira nas reuniões da Frente Parlamentar da Agropecuária. Estamos buscando estudos com consultorias para embasar com mais profundidade quais são os impactos que podem ocorrer nas cadeias produtivas e nas economias dos estados se a Lei Kandir vier a ser derrubada”, explica.

Segundo ele, o Brasil antes da Lei Kandir era um Brasil pobre, em que não existia tecnologia nem inovação. “Hoje o Brasil se transformou. Não simplesmente porque houve isenção de impostos, mas também porque imposto não se exporta. Criamos uma forma de ser competitivos. Temos problemas grandes no Brasil de logística de infraestrutura, dificuldade de competir quando a mesma tonelada de soja chega aos destinos finais custando mais de 100 dólares, enquanto na Argentina e Estados Unidos o custo é quase a metade. Quando superarmos essa etapa podemos pensar em outras alternativas”, afirma.

Para Braz Pereira, hoje o  Brasil necessita desse modelo que vem dando certo. “Com esse mecanismo de exportar e ter mercados livres, temos um setor que busca recursos através desse método. A política agrícola oficial com recursos do governo representa apenas 30%. Precisamos de novos recursos, um mercado livre, sem taxação e sem tributação”, diz.

Ainda sobre agregação de valor, ele explica que o governo Ratinho Jr tem trazido um modelo diferente, interagido com o agro, procurando conhecer melhor o setor. “Isso traz um benefício ao setor, melhora a logística e aumenta a nossa competitividade. O processamento dos nossos produtos é importantíssimo. Tem estados com características de processamento diferentes de outros. Posso dar como exemplo Goiás, onde 70% dos produtos de matéria prima são processados dentro do estado e 30% são exportados in natura. Essa realidade aconteceu devido às políticas governamentais como incentivos às agroindústrias para o processamento, tais como os programas Fomentar e Produzir, que trazem competitividade a vários setores”, indica.

O presidente da Aprosoja Brasil concorda que os incentivos não podem durar para sempre. “Deve haver um ‘desmame’ gradual, até as empresas se estabilizarem e seguirem competindo, sem interferirem em preços e fazer reserva de mercado.

Eu vejo que este é um método interessante. Temos de buscar meios de processar mais esses produtos. Argentina, que adotou um método errado, está estagnada devido às ‘retenciones’, em que o governo tenta segurar os produtos através das retenções e deixam para ser processados, o que reduz a competitividade. Graças à boa qualidade dos solos, os produtores conseguem sobreviver. Mas o Brasil não sobrevive com taxações”, aponta.

Fonte: Assessoria ExpoLondrina

 

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