O atropelamento de dois cavalos em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, chamou a atenção para um perigo constante nas estradas: o risco de acidentes envolvendo animais. A cada ano, pelo menos 300 mil animais de grande a médio porte são atropelados no Paraná, segundo projeção do Sistema Urubu, desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras (MG).
Em todo o Brasil, 475 milhões de animais de todos os tamanhos e espécies são atropelados a cada ano, de acordo com a projeção do Sistema Urubu. A Região Sudeste é responsável por 56% das ocorrências e em seguida aparece a Região Sul, com 29%, à frente de Nordeste (9%), Centro-Oeste (5%) e Norte (1%). O Paraná só fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A maior parte das vítimas de atropelamentos, 90% do total, é formada por animais de pequeno porte, como rãs, sapos, cobras, aves e pequenos roedores. Outros 9% são animais de médio porte, como macacos e cães, e apenas 1% dos atropelados são animais de grande porte, como cavalos, capivaras, preguiças e bovinos.
Alex Bager, professor da Universidade Federal de Lavras e idealizador do Sistema Urubu, explica que trabalha com a projeção e informações enviadas por meio do aplicativo Urubu Mobile. Com ele, usuários de todo o país podem enviar fotos dos animais atropelados e alimentar o banco de dados. Desde que foi criado, em 2014, o Urubu Mobile recebeu informações sobre 744 animais mortos em estradas no Paraná e 24,9 mil em todo o Brasil.
“Trabalhamos em uma ponta e os governos trabalham na outra, favorecendo a ampliação da malha viária. As estradas são boas para o desenvolvimento econômico e social, mas cada metro de estrada põe em risco a vida de pessoas e animais”, diz Bager. “Se nós não fizéssemos esse tipo de pressão, a situação estaria bem pior. Temos que fazer o máximo para proteger a vida nesse processo de desenvolvimento”.
Com informações:Bem Paraná
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