A morte de uma adolescente de 17 anos, grávida de seis meses, é investigada pela Secretaria de Saúde de Londrina como caso suspeito de dengue. A moradora da zona sul da cidade, região com maior número de confirmações da doença, faleceu no último sábado (9). Exames iniciais descartaram a presença do vírus no organismo. Porém, o município aguarda outros resultados laboratoriais.
Outros dois casos de morte também estão sob investigação. Um homem de 56 anos, morador do Jardim Itapoã (zona sul) e um idoso de 89 anos, morador do Jardim Panissa (zona oeste) faleceram no início de março.
“Embora a gente já tenha a sorologia de dois dos casos dizendo que eles efetivamente estavam ligados à dengue, nós aguardamos agora o encerramento dos casos para poder fechar a análise e verificar se foram pacientes que morreram em virtude da dengue como causa direta ou se a dengue só concorreu para agravar uma situação já estabelecida. Já esta adolescente, até o momento, nos leva a crer que é um óbito não causado pela dengue, mas estamos aguardando o resultado da sorologia para poder fechar com muito mais clareza a análise sobre esse óbito”, ressaltou a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.
De janeiro até agora, foram confirmados 358 casos de dengue na cidade. A Secretaria de Saúde de Londrina aguarda resultados de exames coletados em 1.438 pessoas que apresentaram sintomas da doença. Onze pacientes estão internados com suspeita de dengue, uma criança de 4 anos está na UTI do Hospital Universitário.
Casos de febre amarela e de zika não foram registrados em Londrina. Ao todo, 11 casos de chikungunya foram notificados. Destes, sete foram descartados e outros quatro aguardam o resultado de exames. Segundo Fernandes, um caso de chikungunya foi confirmado na cidade de Bela Vista do Paraíso, Região Metropolitana de Londrina.
Como medida para intensificar o combate ao Aedes Aegypti, o município pretende solicitar autorização para aplicação de novos ciclos de fumacê nas regiões com mais infestação do mosquito. A intenção é realizar até nove ciclos em vez de cinco, como ocorre normalmente.
“Estamos solicitando autorização para o Ministério da Saúde para ampliar o número de ciclos. Inicialmente, a nossa programação era de cinco ciclos em várias regiões da cidade. Concluímos essa aplicação inicial e observamos que ainda há uma grande circulação viral, em especial na zona sul. Aumentamos os ciclos para sete e agora estamos avaliando tecnicamente a necessidade de ampliação para nove ciclos. Mas a população precisa colaborar porque conforme a gente elimina o mosquito na fase adulta com o fumacê, os focos permanecem dentro das residências. Acaba sendo quase uma luta em vão”, frisou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
Epidemia
Londrina permanece em estado de alerta para evitar epidemia de dengue. Porém, bairros da zona sul já enfrentam epidemia da doença. Dos 358 casos diagnosticados em Londrina, 263 foram registrados naquela região da cidade. Os bairros no entorno da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Itapoã apresentam a proporção acima de 1.400 confirmações para cada 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde considera epidemia regiões em que a proporção de infectados ultrapassa 300 casos para cada 100 mil habitantes.
A UBS permanece aberta em horário estendido até às 23 horas para atender pessoas com suspeita ou confirmação de dengue. Neste sábado, a Secretaria Municipal de Saúde pretende realizar uma ação integrada com outras secretarias e a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) para a limpeza de fundos de vale da região sul.
“Fizemos essa ação no decorrer do mês de fevereiro em algumas regiões da cidade e, observamos que dois dias após essa ação, já havia descarte de lixo por parte da população nestes fundos de vale, o que acaba prejudicando o nosso trabalho. Os agentes de endemias também encontram dificuldades para conseguir cumprir o seu papel fazendo as vistorias. Muitas vezes a entrada deles não é permitida”, afirmou Machado.
Via Folha de Londrina
Foto: Wikimedia Commons
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