O cantor Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Pernambuco no âmbito da Operação Integration, que apura o uso de sites de apostas esportivas para lavagem de dinheiro. Na decisão, a juíza Andrea Calado da Cruz aponta que empresas do sertanejo teriam sido usadas para ocultar valores provenientes de jogos ilegais. Além disso, a juíza Andréa Calado da Cruz determinou a manutenção da prisão dos demais investigados no caso, entre eles, a influenciadora Deolane Bezerra.
De acordo com a juíza, as autoridades policiais apontaram ser a empresa Balada Eventos e Produções, de Gusttavo Lima, a responsável por ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, identificada pelos investigadores como a “pessoa jurídica de direito e de fato” da Esportes da Sorte.
Em maio e abril de 2023, a empresa do sertanejo recebeu da HSF R$ 4, 9 milhões e R$ 4,8 milhões da HSF. Além disso a Balada Eventos e Produções teria atuado para ocultar e dissimular a propriedade e uma aeronave Cessna modelo 560XLS ao negociá-la com a empresa J. M. J. Participações, de um dos investigados, José André da Rocha, sócio da Vai de Bet.
Segundo a decisão, Gusttavo Lima não atendeu às convocações feitas pela Polícia Civil de Pernambuco.
A magistrada aponta ainda a existência de transações financeiras suspeitas entre o sertanejo e outros investigados no caso. A GSA Empreendimentos e Participações, da qual Gusttavo Lima é sócio, recebeu, entre janeiro e dezembro de 2023, mais de R$ 5,7 milhões em 14 Pixs de duas empresas investigadas, a Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e a Pix 365. Soluções Tecnológicas. A GSA, por sua vez, remeteu a Gusttavo Lima R$ 1,35 milhão em 5 TEDs.
Segundo a decisão, a Pix 365 é a a casa de apostas esportivas Vai de Bet, enquanto a Zelu Brasil operava como a sua intermediadora de pagamento, além de prestar serviço também para a Esportes da Sorte, outra companhia alvo da polícia. Na avaliação dos policiais, há “indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro”.
“Infere-se que a Vai de Bet (PIX365), efetuou pagamento de R$ 5.750.000,00 à GSA, por meio da Zelu Brasil facilitadora de pagamento, além de ter enviado R$ 200.000,00 diretamente à GSA. Caso idêntico fora constatado e informado no Relatório entre a investigada Deolane Bezerra Santos e a Esportes da Sorte por meio da outra investigada Pay Brokers”, diz a decisão.
Ainda segundo a decisão, Gusttavo Lima “adquiriu uma participação de 25% na empresa Vai de Bet, o que acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras”. Na avaliação da juíza, a relação do sertanejo com os investigados “deve ser encarada com extrema cautela, uma vez que, em tese, apresenta características espúrias e duvidosas’. Entre os citados pela magistranda estão Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, sócios da a Zelu Brasil, e José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina, sócios da Vai de Bet.
Viagem à Grécia
A decisão destaca ainda que José André Rocha Neto e Aislla Sabrina viajaram no avião de Gusttavo Lima de Goiânia até a Grécia. No dia 7 de setembro, o avião retornou ao Brasil, mas sem o casal a bordo. Há a suspeita que o casal tenha ficado no continente Europeu. “Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, diz a decisão.
Além da prisão preventiva, a juíza determinou a suspensão do passaporte do sertanejo, bem como do “certificado de registro de arma de fogo e eventual porte de arma de fogo”. A decisão bloqueia também R$ 1,35 milhão da GSA Empreendimentos e R$ 2 milhões de Gusttavo Lima.
Fonte: O Globo
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