O Portal do Norte do Paraná
Paraná

Paraná firma acordos para fortalecer combate ao tráfico e desaparecimento de pessoas

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), formalizou, nesta quarta-feira (16), parcerias para o fortalecimento das políticas sobre pessoas desaparecidas e também para aprimorar o fluxo de atendimento às vítimas de tráficos de pessoas, com participação de diversos órgãos do Sistema de Justiça e da Agência da ONU para Migrações (OIM).

Os documentos foram assinados durante a cerimônia de entrega de 24 veículos para os Conselhos Tutelares do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, no Palácio do Iguaçu. Na solenidade, que contou com a presença do ministro Silvio Almeida, também foram firmados termos de cooperação e protocolos de intenções na área de educação em direitos humanos para os Sistemas de Justiça e Segurança Pública, e também decretos de criação do Observatório Estadual dos Direitos Humanos e lançamento do programa Migra Paraná.

“Nosso objetivo é ampliar a resolução de casos de desaparecimento, prevenir e combater o crime de tráfico de pessoas, que é uma das mais graves violações aos direitos humanos”, disse Santin Roveda, secretário da Justiça e Cidadania.

O termo de cooperação para o enfrentamento ao desaparecimento de pessoas foi assinado pelo Governo do Estado com os principais órgãos do Sistema de Justiça do Paraná. Ele estabelece o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), criado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), como principal ferramenta de controle, uniformizando as iniciativas de cada órgão e facilitando o intercâmbio de dados e informações entre seus agentes e servidores.

“Este documento é muito importante para inserir os órgãos do Sistemas de Justiça e da Segurança Pública no Sinalid, ou seja, todo mundo vai operar num sistema nacional, de maneira que as informações serão acessíveis em outros estados”, explicou o promotor Rafael Moura, membro do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça (Caop) de Proteção aos Direitos Humanos. “Além dessa ferramenta, o termo renova a política pública estadual e interinstitucional de busca de pessoas desaparecidas para se criar uma cultura de engajamento de todas as instituições”.

Também estão previstas uma série de atualizações nos procedimentos do Ministério Público (MP-PR), Tribunal de Justiça (TJ-PR) e das forças policiais comandadas pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), como padronização das comunicações de desaparecimentos, registros de casos antigos, acompanhamento de casos e expedição de relatórios periódicos, prioridade no atendimento e no trâmite de processos judiciais, e cuidados especiais no registro de ocorrências.

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Família (Sedef) complementa o trabalho, através do encaminhamento dos familiares e vítimas aos serviços socioassistenciais e de acolhimento, enquanto a Defensoria Pública (DPE-PR) realizará a assistência jurídica.

“A Defensoria acompanha e é parceira na execução de políticas públicas relacionadas à prevenção e resolução do desaparecimento de pessoas, e participa deste termo com o acolhimento de familiares, com assistência jurídica e com contribuição de tudo que tiver ao nosso alcance para que a política pública possa ser concretizada da melhor forma possível”, afirmou André Giamberardino, defensor público-geral do Estado.

A implementação e coordenação da Rede Estadual de Atenção ao Desaparecimento de Pessoas ficou sob responsabilidade Secretaria de Justiça e Cidadania, instância pública que contará com a participação de órgãos governamentais e da sociedade civil e terá o objetivo de promover ações voltadas às pessoas desaparecidas e seus familiares.

A Polícia Científica, que já tem papel essencial na Política de Busca de Pessoas Desaparecidas e Direitos Humanos, sendo elo integrador entre os Sistemas de Justiça e Segurança Pública, também vai atuar nessa rede com a coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas.

COMBATE AO TRÁFICO DE PESSOAS – A Secretaria de Justiça e Cidadania, por meio do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP-PR), também assinou um Protocolo de Intenções para viabilizar o atendimento às vítimas de tráfico de pessoas. O documento prevê a capacitação para atendimento às vítimas, desde a denúncia e o resgate até o acompanhamento continuado, baseado no “Protocolo de Fluxo de Atendimento a Vítimas de Tráfico de Pessoas”, produzido pelo NETP-PR em parceria com a OIM.

“Para a OIM, o trabalho em rede é fundamental para combater o tráfico de pessoas, e para isso o Governo do Estado pode contar com o nosso apoio, como foi a formalização deste fluxo”, afirmou Natália Maciel, coordenadora de Projetos da OIM. “O Estado do Paraná, por meio do NETP-PR, desenvolve um excelente trabalho no atendimento das vítimas de tráfico de pessoas, e a própria criação deste fluxo é um avanço, já que muitos estados ainda não realizaram”.

Além da Seju, assinaram o protocolo os equipamentos públicos Casa da Mulher Brasileira e Centro de Referência Atendimento para Mulheres em Situação de Violência (CRAM), as OSCs Rede Um Grito Pela Vida, Central Integrada de Apoio à Família e Jovens Com Uma Missão, e as empresas Cargolift, da área de logística, e Natosafe, da área de informática biomédica.

“A partir dessa assinatura, estamos formalizando parcerias que já acontecem há muitos anos com essas OSCs, que realizam o atendimento e acolhimento das vítimas, inclusive com recâmbio delas para os seus estados de origem e suas famílias de forma célere”, afirmou Silvia Xavier, coordenadora do NETP-PR

Ela destacou ainda o papel da iniciativa privada no combate ao tráfico de pessoas. “A Cargolift desenvolveu um aplicativo para que os seus motoristas notifiquem automaticamente o poder público quando encontram alguma suspeita nas estradas, enquanto a Natosafe desenvolveu uma tecnologia para biometria de bebês, que já está sendo utilizado no Hospital do Trabalhador, que é fundamental tanto na prevenção quanto na identificação de vítimas”, explicou.

O crime de tráfico de pessoas é definido pelo Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, mais conhecido como Protocolo de Palermo.

Denúncias podem ser feitas junto ao NETP-PR por meio do telefone (41) 3210-2778 ou do e-mail nucleoetp@seju.pr.gov.br; pelos canais Disque 100 e Ligue 180, do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania; Disque-Denúncia 181 da Polícia Civil do Paraná; ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e junto à Polícia Federal pelo e-mail direitoshumanos@pf.gov.br.

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudio Vieira; o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen; o procurador-geral de Justiça do Ministério Público, Gilberto Giacóia; a presidente da OAB-PR, Marilena Indira Winter; os secretários de Administração e Previdência, Elisandro Frigo, e Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco; o diretor-geral da Polícia Científica, Luiz Grochocki; e o deputado estadual Goura.

MAIS INFORMAÇÕES NA RÁDIO COBRA FM 107.1

Postagens relacionadas

Paraná atinge 97% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose contra Covid

Suspeito de matar amigo e guardar pedaços do corpo na geladeira é preso no PR

Sete pessoas morreram no Paraná por conta das chuvas, afirma Defesa Civil

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais