Num ato heroico que durou apenas três minutos, Joel de Oliveira, prestador de serviços de 62 anos, conseguiu conter o ex-aluno que invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody em Cambé, no Paraná, na manhã de segunda-feira. O invasor fez duas vítimas, uma delas fatal. Joel relatou que, ao chegar na clínica de fisioterapia onde trabalha, ouviu tiros e presenciou a agitação das pessoas saindo da escola.
Preocupado com os filhos de uma funcionária da clínica e de alguns amigos que estudam lá, ele agiu por instinto e correu em direção ao colégio para tentar salvar mais alunos. Ao chegar lá, identificou-se como policial para o atirador e o imobilizou até a chegada das viaturas policiais, mesmo sem ter recebido treinamento de segurança para lidar com situações de violência.
Joel acessou a escola pela entrada principal, onde o atirador disparava contra algumas janelas. Ao virar em um corredor, encontrou o atirador, que havia deixado a arma sobre um banco. Joel gritou “polícia, polícia” e o criminoso se rendeu imediatamente. Segundo ele, o atirador pode ter confundido o celular que ele segurava com uma arma após a identificação como policial. O invasor deitou-se no chão e Joel perguntou se ele estava armado, o que o criminoso negou.
O ato heroico de Joel, que trabalha na clínica de fisioterapia há mais de 10 anos, contrasta com a informação fornecida pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior, na tarde de segunda-feira. Segundo o governador, um professor da escola, graças a um treinamento destinado aos profissionais da rede estadual nos últimos meses, teria conseguido imobilizar o ex-aluno.
Joel ainda está chocado e tentando processar tudo o que aconteceu. Apesar de ter conseguido conter o assassino, ele lamenta não ter chegado a tempo para salvar Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16 anos, um casal de namorados. Karoline morreu no pátio da escola, enquanto Luan está em estado grave no Hospital da Universidade Federal de Londrina. Joel sente a dor dos pais das vítimas, pois também tem netos na escola. Ele conhecia superficialmente os jovens baleados, pois frequentavam a mesma igreja. A tragédia é algo que ele jamais esquecerá, e seu desejo é que ninguém tenha sido ferido.
Rodrigo Lima, assistente administrativo da clínica onde Joel trabalha, chegou ao local cerca de uma hora após o ataque. Ao ouvir a história de Joel, ele expressou gratidão pela vida de Joel e pelas pessoas que ele conseguiu proteger.
“Foi incrível o que ele fez. Uma verdadeira loucura, mas ele salvou muitas vidas”, disse Rodrigo.
Com informações:Portal Cambé
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