O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) deve confirmar, na semana que vem, sua pré-candidatura ao Senado pelo Paraná. Até agora, Moro vinha fazendo suspense sobre a qual cargo concorreria. A opção pela disputa da vaga de senador foi impulsionada pelos resultados favoráveis de pesquisas divulgadas nas últimas semanas. O ex-juiz concluiu que não haveria tempo hábil para uma pré-candidatura competitiva ao governo do Estado e preferiu não tentar uma vaga na Câmara Federal para não bater de frente com o ex-procurador e ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos).
Por outro lado, ao optar pelo Senado ele terá que enfrentar o ex-aliado, senador e pré-candidato à reeleição, Alvaro Dias (Podemos). Foi Alvaro que convenceu Moro a voltar dos Estados Unidos para se filiar ao Podemos em novembro de 2021 na tentativa de disputar a Presidência da República. Em março, porém, ele trocou a legenda pelo União Brasil após não ter espaço no Podemos para suas pretensões presidenciais, se afastando de Alvaro.
No União Brasil, o ex-juiz também foi preterido pelo presidente nacional do partido, Luciano Bivar, lançado pela sigla como pré-candidato à sucessão de Jair Bolsonaro (PL). Tentou então uma tranferência de domicílio eleitoral para São Paulo, rejeitada pela Justiça e foi obrigado a retornar ao Paraná.
Diante da movimentação do ex-aliado, Alvaro também articulou uma aliança com o governador e pré-candidato à reeleição, Ratinho Júnior (PSD) e com Bolsonaro. Com isso, Ratinho Jr e Bolsonaro devem apoiar a reeleição do senador, na tentativa de neutralizar as chances de Moro na disputa. O ex-juiz, que após a eleição de Bolsonaro se tornou ministro da Justiça, deixou o cargo e rompeu com o presidente um ano e quatro meses depois acusando-o de tentar interferir em investigações da Polícia Federal contra ele e sua família.
Em troca do apoio à reeleição de Ratinho Jr e Bolsonaro, Alvaro deve conseguir que eles tirem do páreo outros concorrentes ao Senado, como o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL) e o deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PP).
Padrinho – Moro já demonstrou que não se importa em ter que enfrentar um ex-aliado nas urnas. Em entrevista recente à rádio Jovem Pan, ele negou que Alvaro seja seu “padrinho político”, e afirmou não ver nenhuma possibilidade de “mal-estar” em concorrer com o senador pelo mesmo cargo. “Vamos deixar claro, o Alvaro Dias não é meu padrinho político.
Eu tenho uma carreira como juiz, que eu fiz todo o meu trabalho, que foi reconhecido nacionalmente, até internacionalmente. E depois como ministro da Justiça nós tivemos uma gestão na qual eu enfrentei o crime organizado. Nós conseguimos reduzir a criminalidade violenta. E eu tive que sair pelas circunstâncias já conhecidas”, alegou ele.
Com informações:Bem Paraná
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