Em janeiro, foram 50,9 doações de órgãos por milhão de população (pmp). A média nacional é de apenas 17 pmp em doações efetivas.
O Paraná continua batendo recordes na área de transplante. Em janeiro, atingiu o índice de 50,9 doações de órgãos por milhão de população (pmp). A média nacional é de apenas 17 pmp em doações efetivas; portanto, o resultado do Estado é três vezes maior. Somente entre os dias 23 e 25 de janeiro foram registradas dez doações de órgãos.
Na Espanha, por exemplo, país que há 27 anos ocupa o primeiro lugar mundial em doações, o índice é de 48 doações por milhão de população. No ranking mundial, como um todo, o Brasil ocupa o 28º lugar.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Paraná, Arlene Terezinha Badoch, aponta outro resultado a comemorar: uma média de 22% das famílias entrevistadas pelas equipes paranaenses para fazer a doação de órgãos não concordam com a medida. No Brasil, a média de recusa familiar é de 43%.
“Esse é o melhor índice de conversão que o Paraná conseguiu até hoje”, diz a coordenadora. O que, em sua opinião, é um reflexo do trabalho de todo o Sistema Estadual de Transplantes e do alto grau de envolvimento dos profissionais. “Ver esse trabalho ser revertido em doações é muito gratificante”, afirma.
O Paraná é o único Estado do Brasil a concluir e aprovar um Plano Estadual de Doação e Transplantes, com planejamento até 2022. Tudo é controlado em uma Sala de Situação, que monitora todo o Estado 24 horas por dia e faz a análise dos dados para elaborar estratégias de ação.
Excelência
O sistema paranaense está baseado em quatro Organizações de Procura de Órgãos – Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Esses centros trabalham na orientação e capacitação das equipes distribuídas em 67 hospitais do Paraná que mantêm Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). No total, são 671 profissionais envolvidos e dedicados a salvar vidas.
O Estado trabalha com quatro câmaras técnicas – coração, fígado, rim e córneas. E também é campeão no transplante de fígado e de rim. “Temos observado um grande número de migração de famílias, vindas de outros Estados para morar no Paraná, para ter acesso mais rápido a um transplante”, afirma Arlene Badoch.
Cerca de 60 pessoas por mês chegam ao Paraná, vindas do Mato Grosso e do Amazonas, na esperança de conseguir um transplante. Em muitos Estados, a fila de espera é muito grande, enquanto no Paraná, normalmente, é mais rápido conseguir. Em 2010 o Estado realizou um total de 183 transplantes; em 2018 foram 949, principalmente de rins e fígado.
A médica Arlene faz um lembrete importante: “Para termos transplantes, temos que ter doações”. Ela ressalta que o trabalho de esclarecimento das famílias é tão importante quanto o desenvolvimento médico. “É uma somatória. E um dos grandes pilares é o trabalho de divulgação junto à população, ao lado da educação para as Comissões Intra-Hospitalares”.
Ela salienta, ainda, que a chance de alguém precisar um transplante é bem maior que a chance de poder doar.
Com informações ANPr
Fotos: Divulgação/SESA
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