Na França, 5 crianças foram hospitalizadas após imitarem os jogos da série Round 6. A produção exibida pela Netflix virou febre entre as crianças do mundo inteiro, principalmente seus trechos mais violentos expostos no YouTube e no tiktok.
Round 6 é uma série coreana, muito bem feita, mas repleta de violência explícita, tortura, homicídios, suicídios entre outras barbáries. Em “Round 6”, brincadeiras tradicionais como “batatinha frita 1, 2, 3”, “cabo de guerra”, “bola de gude” e outras, viram assassinato a “sangue frio” de pessoas que não atingem os objetivos dos jogos.
O Departamento de Justiça da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), por meio do Programa Reconecte Paraná, emitiu um alerta para Rede de Proteção a Infância recomendando que pais e responsáveis pela proteção às crianças e adolescentes fiquem atentos e orientem os menores quanto a este e outros conteúdos acessados via dispositivos eletrônicos, incluindo a televisão.
Ney Leprevost, secretário da Justiça do Paraná comenta: “Psiquiatras e psicólogos não descartam os riscos da divulgação de filmes, séries, jogos eletrônicos e outros conteúdos violentos afetarem a integridade psíquica das crianças. Somos contra censura e favoráveis a liberdade de expressão. Mas a integridade das crianças está em primeiro lugar”, afirma.
Na Inglaterra, por exemplo, no distrito britânico de Central Bedfordshire, ao norte de Londres, conselheiros da educação enviaram mensagem a pais e responsáveis aconselhando-os a não deixar as crianças assistirem à série Round 6, sucesso na Netflix.
Segundo o veículo de comunicação The Guardian, as autoridades receberam relatos sobre crianças de 6 anos copiando os desafios e castigos do seriado, que na Inglaterra tem recomendação para ser assistido apenas por maiores de 15 anos.
RISCOS A INTEGRIDADE MENTAL – O Departamento de Justiça da Sejuf alerta de que, mesmo adolescentes de 16 anos podem não possuir características perceptivas, intelectuais e mentais em condições de acessar conteúdos bárbaros como os anunciados, sem prejuízos de várias ordens para a sua integridade mental. Assim, mais adolescentes e crianças de menor idade podem ser afetados ao manter contato com conteúdo que banalizam a violência, via redes sociais: Facebook, Instagram e TikTok, com influenciadores digitais, ou mesmo interpretados para jogos eletrônicos e outros meios que buscam assemelhar cenas, imagens e sons aterrorizantes.
DIALOGAR PARA CONSCIENTIZAR – Atualmente as crianças estão muito livres para fazerem escolhas em relação aos programas que vão assistir. Muitas vezes, os pais por estarem trabalhando não têm tempo para fiscalizar. Assim, torna-se fundamental que eles tenham um canal de comunicação diário e permanente com os filhos, com atenção concentrada para ouvi-los, com base em diálogos reconfortantes e afetuosos. Que conversem sempre sobre o que é pertinente e saudável para a idade. É importante estabelecerem, juntos, possibilidades de escolhas, isto é, dar opções que sejam do interesse da criança. No entanto, o que não é permitido para a idade, não cabe aos filhos assistirem nesse momento. Esse limite deve ser estabelecido pelos pais e estar claro para as crianças. Mesmo assim, os responsáveis devem sempre manter um controle sobre o que os filhos estão assistindo.
USO SAUDÁVEL DA TECNOLOGIA – Exercer a mediação parental no uso adequado de tecnologias digitais por crianças e adolescentes, além de um dever legal em nosso país é uma necessidade ética e moral. Mas para essa mediação ocorrer de forma efetiva, faz-se necessária a alfabetização midiática sobre o uso saudável e seguro dessas tecnologias, para salvaguardar a integridade dos seus usuários.
Para isso, a SEJUF firmou Acordo de Cooperação Técnica junto à Secretaria Nacional da Família para promoção do Curso “A Família e as Tecnologias Digitais”, destinado a toda a sociedade paranaense e desenvolveu o Curso “A Criança e o Adolescente na Era Digital” junto à Escola de Gestão do Paraná.
AEN
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