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Policial

Jogador suspeito de matar dirigente do Nacional de Rolândia é indiciado por homicídio qualificado

O jogador Vinícius Corsini, de 28 anos, suspeito de matar o empresário José Danilson Alves de Oliveira, dirigente de futebol do Clube Nacional de Rolândia, no norte do Paraná, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado: motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima.

O inquérito foi concluído nesta quinta-feira (24) pelo delegado Bruno Silva Rocha, da Delegacia Regional de Polícia de Rolândia.

O dirigente do clube tinha 58 anos e, segundo a Polícia Civil, foi esfaqueado na noite de 16 de setembro, no Centro da cidade.

O jogador foi preso em flagrante e, em 17 de setembro, a Justiça converteu a prisão em preventiva – por tempo indeterminado.

“Uma vida foi ceifada em razão de mensagens enviadas à genitora do agente, apresentando-se a completa desproporcionalidade entre o motivo e a ação de Vinicius. Não há, evidentemente, falar em defesa de honra como alguma excludente”, diz o documento.

A defesa de Vinícius Corsini afirmou que não vai se manifestar.

Mensagens amorosas

A Polícia Civil concluiu que o crime ocorreu porque o jogador viu mensagens do José Danilson no celular da mãe. Em depoimento, a mãe disse que o dirigente mandava mensagens amorosas para ela desde 2018. O filho viu as mensagens e pediu demissão do time por causa disso.

“Houve enorme interregno entre a ‘provocação’ e a reação: as investidas começaram em 2018, o caso do internamento do pai de Vinicius se deu em 2019 e, até mesmo a saída do time (que teria sido após a última mensagem por ele visualizada), se deu em maio de 2020, ou seja, quase quatro meses antes do crime em análise”, afirmou em outro trecho.

De acordo com a Polícia Civil, no interrogatório, o jogador disse ter “flagrado” o dirigente conversando com a sua mãe “de forma bastante maliciosa”.

Vinicius afirmou que tentou conversar com José Danilson para “esclarecer os fatos”. Após alguns dias, um funcionário da empresa do dirigente foi até a casa de Vinicius e entregou uma quantia em dinheiro, “para que ele esquecesse o que tinha acontecido”.

O jogador, segundo a polícia, afirmou que, com a convivência com José Danilson, “foi só aumentando o ódio que sentia” e, por isso, pediu para sair do time, e o contrato foi rescindido no início do ano.

Conforme Vinicius, mesmo após o afastamento, viu uma mensagem de José Danilson no celular da mãe.

Segundo a Polícia Civil, no dia do crime, Vinicius havia decidido fazer um churrasco. Ele foi até um mercado e comprou carne e uma faca.

No caminho de volta, segundo o jogador, ele passou em frente a empresa de José Danilson e o viu entrando no carro.

Conforme a polícia, Vinicius alega que, neste momento, teve um “apagão” e que, “quando se deu conta do que estava acontecendo, percebeu que havia pegado a faca de sua mochila e desferido golpes em José Danilson”.

O jogador alegou ainda que não tinha intenção de matá-lo, segundo a polícia.

Entretanto, de acordo com a Polícia Civil, “não há indícios que apontem para outro motivo principal senão as investidas amorosas da vítima para a mãe do imputado”.

Câmeras de segurança

Um relatório de diligências anexou vídeos de câmeras de segurança da região do ocorrido. Entretanto, segundo a polícia, “o local da execução não possui vigilância, mas foram juntados vídeos de Vinicius no entorno do local, momentos antes e depois da execução”.

O mesmo relatório informou uma entrevista realizada pelos investigadores com Vinicius para informação sobre o suposto mercado em que ele diz ter comprado a faca e a carne, “mas ele disse que não se lembrava”.

O documento, ainda segundo a Polícia Civil, apontou que antes do crime “Vinicius permanece parado, em uma praça, em frente à empresa [do dirigente], sentado em um banco, aguardando, observando a empresa da vítima”.

O crime

Segundo a polícia, Danilson foi esfaqueado após uma discussão com o jogador. Vinícius Corsini, de acordo com a investigação, tentou fugir, mas foi contido por moradores até a chegada de uma equipe policial.

Após ser esfaqueado, de acordo com a polícia, José Danilson chegou a ser levado para o Hospital do Coração e passou por uma cirurgia, mas não resistiu.

A Polícia Civil informou que Vinicius confessou o crime e disse ter comprado a faca utilizada para matar o empresário minutos antes, em um mercado.

O Clube Nacional de Rolândia disputa a divisão de acesso do Campeonato Paranaense, equivalente à segunda divisão, e também a Série D do Campeonato Brasileiro.

O empresário também era presidente de honra do clube, sargento aposentado da Polícia Militar (PM) e foi vereador e vice-prefeito de Rolândia entre 2013 e 2017.

A Prefeitura de Rolândia decretou luto oficial na cidade em memória de José Danilson.

“O município perdeu um de seus ícones na política e no esporte. Danilson era presidente de honra do Nacional Atlético Clube, time de futebol mais longevo do norte do estado, que é o atual campeão da Taça Federação Paranaense de Futebol e que disputará um campeonato brasileiro após 20 anos de espera. Ele deixa um legado de amizade, respeito, admiração e muito trabalho por Rolândia”.

Informações do G1 Paraná

Foto: Reprodução/Facebook

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