Das 160.896 ligações registradas pelos atendentes do Samu em todo o ano de 2019, quase 10 mil foram inválidas. Dessas, quatro mil foram trotes, 3.874 foram canceladas, e 1.492 eram por engano.
Segundo a gerente de Urgência e Emergência em Saúde do Município, Renata Morais Alves, a estimativa do SAMU Londrina é de que o número de trotes em 2019 possa ser maior que o número da própria estatística e há uma explicação simples. “Sempre que a pessoa liga para o SAMU, identificamos o número e abrimos uma ocorrência. Mas no caso dos trotes, é comum que a pessoa ligue repetidamente, até quatro ou cinco vezes, através do mesmo número. E mesmo atendendo cada uma das chamadas, não registramos no sistema essas ligações repetidas, por saber de antemão que são tentativas de trote. Então sabemos que esse indicador é inferior ao número real de trotes recebidos, por não apontarmos todas elas no sistema, para não perdermos tanto tempo”, detalhou.
Além dos trotes, os pedidos de atendimento para o SAMU também são prejudicados quando o paciente aciona o serviço, mas não se enquadra nos casos clínicos de responsabilidade do SAMU. Alguns exemplos de situações em que o SAMU deve ser acionado são problemas cardiorrespiratórios, crises convulsivas ou de hipertensão, choque elétrico, queimaduras graves, trabalhos de parto em que a mãe ou o bebê estejam em risco de vida, intoxicações ou envenenamento, entre outros casos urgentes que representem risco de morte, sequela ou provoquem grave sofrimento.
O SAMU não deve ser acionado se o paciente não está em risco, ou seja, apresenta sintomas como febre alta, vômito ou diarreia, dor de dente, pequenos sangramentos, sofre de dores crônicas, e demais situações que não precisam de atendimento médico urgente.
Para a gerente de Urgência e Emergência em Saúde, o uso indevido do SAMU por parte da pessoa que não está em uma situação de urgência e emergência causa ainda mais transtornos do que a ligação de trote. “Se essa pessoa exagera os sinais e sintomas que está tendo, quer uma carona para o hospital ou Pronto Atendimento, ou até mesmo considera que com o SAMU vai ter um atendimento preferencial, ela está usando indevidamente esse serviço. E é algo grave, pois a equipe só vai descobrir quando chegar no local que não se trata de uma emergência, desperdiçando os recursos públicos e dificultando que um caso realmente urgente seja atendido naquele momento”, ressaltou.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebe, em média, 16 mil chamadas telefônicas por mês, através do número 192. A ligação para o SAMU é gratuita, e o atendimento fica disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Porém, chamadas desnecessárias prejudicam quem precisa.
Com informações de N.Com
Foto: Secretaria Municipal de Saúde
Mais notícias na programação da Rádio Cultura AM 930