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Brasil

Preço da carne dispara e deve manter alta até o início de 2020

A esperada alta no preço das carnes já começou a chegar ao consumidor. Por causa do apetite chinês, que aumentou as importações de carnes do Brasil, a arroba do boi subiu nas últimas semanas, e o repasse já começa a chegar nas gôndolas.

E o movimento de alta deve continuar, pressionando os preços para as festas de fim de ano.

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que faz pesquisa de preços semanalmente no município de São Paulo, apontou que, na segunda quadrissemana de novembro (acumulado em 30 dias), as carnes bovinas subiram, em média, 4,2%.

Segundo Guilherme Moreira, coordenador de índice de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os valores continuarão a subir até o início de 2020.

“O aumento da carne este ano foi pequeno, abaixo da inflação. As carnes começaram a aumentar agora”, diz.

Consumo chinês dispara

Desde o fim de 2018, a China enfrenta queda da produção de suínos devido a uma grave crise sanitária na suinocultura, o que o obrigou a elevar as compras externas e a procura de outras proteínas, como a bovina.

O Brasil, o principal exportador mundial de carne bovina e de frango, foi beneficiado por essa demanda chinesa.

E essa demanda veio justamente na entressafra do boi, quando a oferta é menor e quando o consumo interno aumenta devido às festas de fim de ano.

O resultado foi uma disparada do preço do boi, que chegou a R$ 204,05 nesta terça-feira, segundo o indicador Esalq/B3. A alta em 12 meses é de quase 40%.

Segundo a reportagem apurou, os supermercados já esperam repassar novas altas para os clientes nas próximas semanas. Procurada, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) não quis comentar o assunto.

Não é só o boi que fica mais caro. Além da pressão chinesa, no Brasil a carne suína também acompanha, em parte, as variações da carne bovina.

Pelo 16º mês consecutivo, o Brasil exporta um volume mensal de carne suína acima de 100 mil toneladas. Em outubro, com base nos dados de exportação da terceira semana, relatados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as vendas externas deverão atingir 177 mil toneladas.

Frango é opção

Para quem quiser escapar da alta dos preços mas sem abrir mão do churrasco, o preço do frango recuou 0,94% no último período pesquisado.

Como a produção de aves é mais rápida e a maior parte da produção é para consumo interno, a carne de frango sofre menos com a pressão externa.

Já para os supersticiosos que evitam frango no réveillon porque a ave cisca para trás, os preços dos pescados estão estáveis.

Fonte: FolhaPress

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