O suspeito de matar a menina Raquel Maria Lobo Oliveira Genofre, em Curitiba, foi identificado quase 11 anos depois do crime, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná (Sesp-PR). Ela teve o corpo encontrado em uma mala na Rodoferroviária de Curitiba.
Rachel tinha 9 anos quando desapareceu após sair da escola onde estudava, no Centro da capital paranaense, no fim da tarde de 3 de novembro de 2008.
Conforme a secretaria, o homem já estava preso em Sorocaba (SP), desde julho de 2016, condenado a 22 anos de prisão. A identificação ocorreu na quarta-feira (18) por causa da integração de base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília, informou a Sesp-PR.
A pasta informou em uma entrevista coletiva no fim da tarde desta quinta-feira (19) que o suspeito é Carlos Eduardo dos Santos. Ele tem passagens por estelionato, roubo e violência sexual. O G1 tenta localizar a defesa dele.
O homem morava na Rua Rua Alferes Pioli, no Centro de Curitiba, na época do crime. De acordo com a Sesp, a menina passava pela rua onde ele morava.
A investigação ainda não identificou o local onde o crime foi cometido. Ele trabalhava como porteiro em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, conforme a polícia.
A Sesp informou que quando foi preso havia vários mandados de prisão contra o suspeito. A Polícia Civil diz acreditar que ele acabou detido em uma abordagem de rotina.
Segundo a polícia, a remoção do preso será solicitada à Justiça de São Paulo para que ele seja interrogado e também para uma eventual reconstituição do crime.
O delegado Marcos Fontes, da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), de Curitiba, afirmou que foi o suspeito que “matou e atentou ao pudor contra a criança”. “Nós temos por praticamente solucionado, digo praticamente porque nós temos de proceder o seu interrogatório para entender essa mente criminosa e também buscarmos informações a respeito dos outros ilícitos, mas está esclarecido, efetivamente, esse delito”, disse.
O delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, pediu desculpas para a família de Rachel durante a entrevista coletiva. “A gente só pode pedir desculpas à família pela demora. Dizer que a gente tentou de todas as maneiras solucionar o mais rápido possível, que também nós somos falíveis. Mas que a gente trabalha duro. Seria horroroso para a família e para a sociedade que isso ficasse em aberto para sempre“, afirmou.
‘Onze anos é muito tempo’, diz pai
Em entrevista nesta quinta-feira (19), o pai da vítima, Michael Genofre, afirmou que agora espera que a Justiça seja feita. “Por um lado é um alívio, é uma etapa vencida. Agora precisamos ver a Justiça sendo feita, os crimes sendo pagos. Tem muita informação pra processar. Está bem difícil ainda”, contou.
Ele também criticou a demora para identificação do suspeito. “Onze anos é um tempo muito grande para não passar nem perto de um sujeito que morava a 750 metros de onde minha filha estudava”, disse o pai.
O corpo foi encontrado enrolado em lençóis dentro de uma mala na rodoviária dois dias depois do desaparecimento com sinais de violência e estrangulamento. As câmeras de vigilância interna do local não estavam funcionando.
Ao longo dos anos, a Polícia Civil coletou o DNA de diversos suspeitos para a comparação do material genético encontrado nos lençóis e na mala, mas até então nenhum exame tinha confirmado o autor do crime.
Para a confirmação do suspeito, a polícia afirmou que foram feitos dois exames, sendo um deles uma contraprova.
“Esse mesmo material genético colhido no corpo da Rachel deu com 100% de certeza ser pertencente a este preso”, disse o delegado-geral adjunto.
De acordo com o Ministério da Justiça, essa coleta colaborou com o cruzamento de dados do Banco Nacional de Perfis Genéticos, que conta com 30 mil perfis de condenados cadastrados.
Uma petição online reivindica junto à prefeitura que o estabelecimento seja rebatizado como Rodoferroviária Rachel Lobo Genofre. Mais de 7,4 mil pessoas já assinaram o pedido.
Fonte: G1 Paraná
Foto: Reprodução
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